Consumo

Com dengue, zika e chicungunha, vendas de Espirais Sentinela cresce 63%

Produto é fabricado pelo Grupo Raymundo da Fonte e produziu mais de 250 mil unidades em janeito deste ano

Angela Belfort
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Angela Belfort
Publicado em 08/03/2016 às 10:13
Foto: JC Imagem
Produto é fabricado pelo Grupo Raymundo da Fonte e produziu mais de 250 mil unidades em janeito deste ano - FOTO: Foto: JC Imagem
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As tradicionais Espirais Sentinela registraram um aumento de vendas de 63%, comparando janeiro de 2015 com janeiro deste ano, quando foram produzidas 264.404 unidades. “Foi o primeiro produto que saiu da fábrica do Grupo Raymundo da Fonte há 70 anos. Ao longo das últimas décadas, houve uma redução da procura por causa do aumento do saneamento, fumacê, entre outros.

Mas o que ninguém imaginaria era que um único mosquito (o Aedes aegypti) passaria a transmitir três doenças e uma delas, a zika, a qual está relacionada com a microcefalia em bebês. É alarmante”, comenta o consultor do grupo pernambucano, Romero Longman. A microcefalia provoca problemas neurológicos em crianças.

“Não há perigo do produto faltar. Podemos produzir até cinco vezes mais, se houver necessidade. É um dos repelentes menos nocivos, porque ele afugenta o mosquito, que sai do ambiente, se for aberto, ou vai para o teto, caso o local seja fechado”, conta Longman. O principal mercado dos Espirais Sentinela continua sendo o Estado do Rio de Janeiro. “O aumento da quantidade de prédio, ar-condicionado e ventilador também contribuiu para diminuir a demanda”, afirma.

Com a retração nas vendas por causa dos motivos citados, os espirais foram diminuindo o percentual de participação no faturamento do grupo. Hoje, representam 0,5% da receita gerada pelas fábricas do Grupo Raymundo da Fonte, dono de marcas como a água sanitária Brilux e o Vinagre Minhoto. “A tendência é de aumento nas vendas dos espirais”, diz o gerente comercial do grupo, Flávio Ferreira.

SANEAMENTO - Enquanto a venda de produtos para evitar a picada do mosquito aumenta, a crise pela qual passa o País faz diminuir os investimentos em saneamento. De autoria do Ministério das Cidades, o Plano Nacional de Saneamento previa a universalização do saneamento em 2033 no Brasil e esse prazo foi empurrado para 2050.

Os governos (federal, municipais e estadual via Companhia Pernambucana de Saneamento – Compesa) deveriam ter investido R$ 140 milhões dentro da Parceria Público-Privada (PPP) Cidade Saneada que estabelece, até 2025, uma cobertura de 90% de saneamento com 100% de tratamento do esgoto coletado em 14 municípios da Região Metropolitana do Recife mais Goiana, na Mata Norte. Com a crise, o investimento das três esferas do governo ficou em R$ 70 milhões, metade do previsto.

“Na Cidade Saneada, o empreendedor privado faz a obra se o parceiro público fizer a parte dele. Estamos contactando o governo federal para regularizar os repasses”, diz o diretor de Novos Negócios da Compesa, Ricardo Barretto. Ele afirma que ainda é cedo para dizer se a PPP vai cumprir o prazo. Um dos fatores que faz aumentar a quantidade de mosquitos é a falta de saneamento. Atualmente, há uma polêmica porque alguns estudiosos acreditam que houve uma mutação do Aedes aegypt, que passou a se reproduzir em água suja. 

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