FEIRA

Saiba como substituir o feijão mulatinho para economizar

O valor do feijão mulatinho subiu para cerca de R$ 10/kg, mas existem outras opções mais baratas

Da editoria de economia
Cadastrado por
Da editoria de economia
Publicado em 07/06/2016 às 10:07
Foto: Pedro Reveillon/Palácio Piratini
O valor do feijão mulatinho subiu para cerca de R$ 10/kg, mas existem outras opções mais baratas - FOTO: Foto: Pedro Reveillon/Palácio Piratini
Leitura:

As prateleiras dos grandes mercados da Região Metropolitana do Recife (RMR) não mentem: até o feijão mulatinho, produto básico do cotidiano do consumidor, está com preço cada vez mais salgado. E a culpa não é só da inflação elevada em tempos de crise econômica. A última safra do produto sofreu com fortes secas nas regiões de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, Estados responsáveis por abastecer cerca de 70% do grãos que chega à mesa do pernambucano, aumentando o valor do feijão para cerca de R$ 10/kg. Diante de um quadro como este, o desafio para o consumidor interessado em economizar é tentar substituir o velho e bom feijãozinho por outros produtos.

De acordo com a nutricionista clínica e esportiva e professora de educação física da Universidade de Pernambuco (UPE) Rosa Jordão, o feijão é um alimento rico em fibras, tem grande quantidade de proteínas, carboidratos, tem absorção lenta e contém ferro. “Por isso, deve ser substituído por produtos do mesmo grupo alimentar, ou seja, grãos como ervilha, lentilha, grão-de-bico, e outras modalidades do feijão, a exemplo do preto, do verde e do macassar”, comenta.

Mas o problema é que nem todos estes produtos podem ser encontrados por preço mais baixo em comparação ao feijão mulatinho. “A recomendação, então, é pesquisar bastante antes de comprar, dando preferência para mercados do tipo atacarejo. Já que os produtores avisaram previamente sobre o aumento do preço neste período de tempo, o consumidor pode comprar em volume e, assim, conseguir valores mais interessantes, além de trocar de marcas para economizar um pouco mais”, comenta o economista da Federação de Comércio de Bens de Pernambuco (Fecomércio-PE) Rafael Ramos. Outra opção é recorrer a algumas feiras de rua, menos afetadas com a alta do feijão, pois revendem alimentos vindos de pequenos agricultores e não das indústrias.

A pensionista Marluce Conceição já está fazendo a troca do feijão mulatinho. Escolheu comprar feijão preto em maior volume e também tenta escolher marcas mais baratas. “Também aproveito para comprar o feijão quando tem promoção, porque está tudo muito caro”, garantiu. De acordo com produtores do grão, os feijões do tipo preto e macassar estão variando entre R$ 4,90 e R$ 6,50 por quilo, ou seja, cerca de 50% a menos do que o mulatinho. Outra opção é a ervilha, com custo médio de R$ 9/kg. O grão-de-bico, apesar de ligeiramente mais caro que o feijão mulatinho, tem rendimento maior, o que pode ser vantajoso para o consumidor.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que afere o preço de produtos da cesta básica em todas as capitais do Brasil, o grão teve o segundo maior aumento da cesta, com subida de preço de 7,20%. O feijão pode chegar a custar até R$ 12/kg.

“Em condições climáticas adequadas, um produtor consegue colher, em média, 50 sacas de feijão por hectare, o equivalente a 3 mil kg do produto. Por causa das secas, o que tivemos foi um número entre oito e 12 sacas no mesmo espaço, insuficiente para abastecer nosso consumo”, afirma o empresário Railson Benjamim, da Oasis Alimentos, grupo responsável pela marca Feijão Turquesa.

Outra região prejudicada e da qual trazemos feijão foi o Paraná, que sofreu justamente com o problema oposto, o das chuvas. “Enquanto no Centro-Oeste e no Sudeste os produtores tentaram recorrer a sistemas de irrigação para recuperar as colheitas, no Paraná, outros lamentavem as chuvas em excesso”, completa.

Últimas notícias