PISCICULTURA

Produtores de Itaparica já produzem 100 toneladas de tilápia por mês

São cerca de 96 piscicultores que atuam em oito associações

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 02/09/2017 às 8:01
Foto: Kleyton Lima/ProRural
São cerca de 96 piscicultores que atuam em oito associações - FOTO: Foto: Kleyton Lima/ProRural
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Era um grupo de 12 pessoas produzindo quilos de peixe no Lago de Itaparica, em Petrolândia, Sertão do São Francisco, há mais de 10 anos. Agora são 96 piscicultores com uma produção de aproximadamente 100 toneladas mensais de tilápia. A multiplicação dos peixes ocorreu como consequência de um fator simples: os produtores foram se unindo em associações que atualmente são oito. Depois, formaram um cooperativa. E, posteriormente, um Arranjo Produtivo Local (APL), estrutura que tenta congregar uma cadeia produtiva de forma coordenada e isso faz muita diferença. “Antes, a gente trabalhava como diarista na agricultura ou em construção. Quando a obra acabava, ficava desempregado. Vi na piscicultura uma oportunidade. Atuando em grupo, as compras são conjuntas e as vendas também. Quando éramos poucos, tínhamos muita dificuldades”, lembra o presidente da Cooperativa Aquícola de Petrolândia Edízio Balbino. A entidade representa oito associações cada uma com 12 produtores.

A Cooperativa movimenta por mês cerca de R$ 480 mil, dos quais 70% são gastos com ração para peixes e 30% destinados a compra de alevinos – forma embrionária dos peixes – e pagamento de pessoal. A remuneração de cada associado é, em média, 1,5 salário mínimo por mês.

A primeira associação dos produtores de tilápia foi a de Petrolândia que contou também com um projeto de assistência técnica do Programa estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (ProRural) . “As cooperativas barateiam o custo e aumentam a rentabilidade”, diz o coordenador regional do ProRural no Sertão de Itaparica, Kleyton Lima. Desde 2005, a instituição já bancou R$ 200 mil de financiamento no APL da tilápia, que inclui também grupos em Jatobá, Itacuruba, Belém do São Francisco e Floresta, além de Petrolândia.

APOIO

Outra instituição que vem investindo na formatação dos APLs é a Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD-Diper).“Num APL, os produtores conseguem ter mais barganha no preço da compra de matéria-prima e ganham escala na produção. É uma receita simples, mas dá grandes resultados”, resume o diretor de Suporte Estratégico da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD-Diper), André Freitas. De 2007 pra cá, a instituição investiu R$ 38 milhões em 300 projetos na área de confecções, agricultura, piscicultura e cachaça. O APL do peixe tem um caminhão financiado pela AD-Diper.

“Se formatar num APL é de extrema importância para qualquer setor, porque dá acesso a capacitação e melhorias do processo produtivo”, conta a diretora executiva da Associação Pernambucana dos Produtores de Aguardente de Cana e Rapadura, Margareth Rezende. O APL congrega, entre outras empresas, seis envasadoras da bebida que passaram a exportar 4% a mais comparando 2016 sobre o ano anterior, quando passaram a atuar em grupo.

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