Uma quadrilha ligada a um esquema de pirâmide financeira foi desarticulada pela Polícia Civil na operação “Necrópole de Gizé”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (4), em Recife. A casa de câmbio Bank Invest tinha como líder Antônio Ferreira de Araújo Júnior, de 41 anos, que teve prisão preventiva decretada.
Os alvos da pirâmide eram pessoas de classe média alta, que deveriam investir valores entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, em moeda nacional ou estrangeira. O grupo preferia vítimas com alto poder aquisitivo por que sabia que assim que recebessem o lucro, o valor seria reaplicado. Segundo a Polícia Civil, Antônio Ferreira assegurava que o investidor teria rentabilidade de 188%, caso não houvesse nenhuma retirada nos 12 primeiros meses após o investimento e, se ele levasse novos investidores, esse lucro seria maior.
Para passar credibilidade aos possíveis investidores, a quadrilha alugou um andar em um famoso prédio empresarial no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Além disso, também asseguravam que havia uma sucursal da casa de câmbio no Reino Unido.
Em setembro de 2017, após conseguir um grande número de investimentos, a casa de câmbio fechou e nenhuma das vítimas recebeu o dinheiro de volta. Uma empresária, que investiu cerca de R$ 300 mil, foi a primeira a denunciar a empresa à Polícia. Depois dela, outras vítimas, incluindo consultores e gerentes de banco que tiveram a mesma média de prejuízo, prestaram queixa.
Segundo o chefe da Polícia, Joselito Kehrle do Amaral, foram bloqueadas as contas bancárias de Antônio Ferreira e de outras três pessoas. Além das contas, foram apreendidos dois imóveis na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, veículos de luxo e relógios. "Conseguimos na Justiça bloquear R$ 1 milhão dele, mas talvez não seja suficiente para ressarcir as vítimas, haja vista o tamanho e a lucratividade que ele tinha com esse tipo de negócio", afirma.
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Operação
No mês de novembro do último ano, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Delegacia do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, descobrindo-se que as empresas-alvo, em sua maioria, eram de “fachada”. Uma delas era criada exclusivamente para coordenar os golpes.
Cerca de 35 policiais civis estão participando da Operação “Necrópole de Gizé”, que está sendo supervisionada pela Chefia de Polícia e coordenada pela Diretoria Integrada Metropolitana (DIM). O delegado da 6ª Circunscrição, do Cordeiro, efetuou as investigações.