A primeira reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic) deste ano aprovou incentivos fiscais para 21 indústrias, que vão investir R$ 99,5 milhões e gerar 510 empregos no Estado. O momento é de preparação para a retomada da economia, com ampliação de operações.
É o caso da Mega Plus Alimentos, o projeto com maior investimento previsto para os próximos três anos, no valor de R$ 25,8 milhões. A empresa vai construir uma nova fábrica de oito mil metros quadrados de área construída, onde será possível produzir mais de 70 produtos a base de variados tipos de chocolates. “Houve aumento da demanda e atingimos o limite da produção. Queremos ampliar a atuação no Nordeste e alcançar o Sudeste”, afirma o sócio da Mega Plus Alimentos, Ricardo Asfora. Ao final da expansão, serão criados 70 postos.
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Outro grande investidor e empregador é a CTR-PE, que possui uma central de tratamento de resíduos sólidos e vai investir R$ 24,5 milhões e contratar 63 pessoas em Igarassu, no Grande Recife, para fazer a reciclagem industrial. A ideia é que a expansão ocorra até o fim deste ano.
Três multinacionais também anunciaram a expansão da operação no Estado. Uma dela é a Nestlé que vai investir R$ 5 milhões para envazar leite Ninho na versão sachê, em Garanhuns, no Agreste do Estado. Lá, já opera uma joint venture da empresa com a neozelandesa Fonterra para produção de iogurtes e bebidas lácteas. A nova linha será a primeira só da Nestlé e terá capacidade instalada total de 10 mil toneladas/ano. A previsão é de que alcance a capacidade máxima gradualmente em quatro anos.
“Queremos consolidar as operações das empresas aqui. Quando o empresário faz um pequeno investimento, já inicia uma relação com o Estado; quando se sentir mais confiante para fazer investimentos maiores, já saberá como funciona em Pernambuco. O que a Nestlé vai fazer aqui com o leite Ninho poderá fazer com todas as outras linhas de produção”, explica o presidente da AD Diper, Leonardo Cerquinho.
A Unilever também anunciou investimentos de R$ 3 milhões para os próximos três anos com objetivo de ampliar a produção de detergente líquido para lavar roupas, das marcas Omo e Brilhante, de 15,5 mil toneladas para 33 mil toneladas, atingindo a capacidade máxima atual, que vai ser destinada ao Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País.
CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO
No caso da Bosch, multinacional do ramo de oficinas, o Centro de Distribuição no Cabo de Santo Agostinho, que atende mais de sete mil clientes da divisão de ferramentas elétricas no Nordeste, vai agregar uma linha de montagem. Os produtos movimentados são furadeira, serra, esmerilhadeira, parafusadeira, entre outros. A linha de montagem permitirá maior flexibilidade para atendimento de demandas específicas da região, explica o gerente de warehouse da Bosch América Latina, Toni Cassaro. O investimento é de R$ 794 mil.
“Com a terceirização, as empresas de logística vão poder finalizar a produção próximo ao consumidor. Os benefícios para distribuidores são de cinco anos, contra os 15 anos de indústrias, então, pegar uma operação de distribuição e tornar industrial é uma grande estrátegia”, diz Cerquinho.