PRIVATIZAÇÃO DAS TELES

Qualidade da conexão à internet no bairro do Recife ainda é problema

Com mais de 300 empresas do Porto Digital no bairro, falta de infraestrutura compromete atuação dos negócios

Da editoria de economia
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Publicado em 02/08/2018 às 7:00
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Com mais de 300 empresas do Porto Digital no bairro, falta de infraestrutura compromete atuação dos negócios - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Território do Porto Digital e de alguns dos principais pontos turísticos da capital pernambucana, o Bairro do Recife tem experimentado ao longo dos últimos 18 anos um adensamento de empresas e pessoas que não tem sido acompanhado na mesma intensidade pela infraestrutura tecnológica para conexão na região. Mesmo reunindo mais de 300 empresas que primam pela tecnologia para desenvolvimento dos negócios, o Recife Antigo ainda não consegue ser atendido, pelo poder público e por operadoras, com um serviço de alta performance.

Praticamente evoluindo no mesmo compasso que a privatização das telecomunicações no Brasil – a partir do leilão da Telebrás em 1998 –, o Porto Digital deu início às suas atividades no ano 2000. Àquela altura, as dificuldades no acesso à internet eram justificadas pela precariedade da infraestrutura, que não evoluiu no nível desejado pelos empreendedores instalados no polo tecnológico. “No mundo de hoje, nos negócios e para a vida social, é fundamental ter conexão com velocidade, regularidade e preço justo. Temos uma oferta boa, que não chega ao ideal por problemas de intermitência e alto custo”, avalia o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya.

No Bairro do Recife há nove anos, a Plure e Libro, empresa que desenvolve softwares para mais de 200 clientes na área de educação, espera desde 2013 a chance de ser atendida com internet via fibra óptica. “Contávamos com a internet comercializada pela Oi. Naquele ano, houve o anúncio da expansão da fibra óptica da Vivo. Mudamos para a operadora, mas, até hoje, não tenho internet via fibra porque não chega ao nosso prédio, no Cais do Apolo”, conta o diretor da empresa, Alexandre Albuquerque.

A poucos metros de distância, na Avenida Marquês de Olinda, rodeada por bancos e comércios, a Ensinar Tecnologia, representante pernambucana da Google for Education, chega a gastar R$ 1,4 mil ao mês só com internet. “Tenho conexão via ADSL, de uma operadora grande, e um provedor local, mais eficiente, que entrega fibra óptica. Se fosse só pela conexão da internet, seria complicado continuar aqui no Recife Antigo”, revela o gestor da Ensinar, Cláudio Castro.

Conecta Recife

Nas ruas, o cenário se repete. Até mesmo o Conecta Recife – programa de internet gratuita da Prefeitura do Recife – não funciona na região. “Já perdi clientes por não conseguir me conectar”, reclama a gerente de um salão de beleza na Avenida Rio Branco, Ana França.

Das quatro principais operadoras (Oi, Claro, Tim e Vivo), apenas Tim e Oi disseram disponibilizar conexão 4G para internet móvel em todo o bairro. Sobre ampliação da fibra óptica, anunciada em 2013, a Vivo não especificou a atual área coberta. A prefeitura, por sua vez, reconhece problema de conexão no Marco Zero por congestionamento na frequência 2.4 gHz, afetando o Conecta e as demais redes móveis. Segundo a prefeitura, operadoras e a Empresa Municipal de Informática (Emprel) já tentam resolver o problema.

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