Microcrédito

Microcrédito se baseia na confiança entre amigos

Microcrédito é uma operação em que a amizade faz girar o negócio

Leonardo Spinelli
Cadastrado por
Leonardo Spinelli
Publicado em 28/03/2019 às 20:31
Léo Motta / JC Imagem
Microcrédito é uma operação em que a amizade faz girar o negócio - FOTO: Léo Motta / JC Imagem
Leitura:

Em Santa Cruz do Capibaribe – município que compõe o triângulo da confecção do Agreste juntamente com Toritama e Caruaru – Janeide Pereira de Lima Barbosa, 44 anos, pode ser considerada expert quando assunto é microcrédito. Há 10 anos, ela e o seu marido José Marcolino Barbosa usam recursos de três fontes: Ceape, Crediamigo (do BNB), e linhas especiais para pequenos empresários do Santander.

A cada seis meses ela consegue levantar 40 mil em financiamento, dinheiro que usa para comprar matéria-prima à vista com desconto. “É jurinho, é bem bom de trabalhar.”

Janeide compõe um grupo com três amigos no aval solidário. “São sempre amigos, pessoas que conhecem a logística de trabalho do outro. Se for com desconhecido não funciona”.

A empreendedora, que vende roupas no Moda Center, principal centro de negócios do polo de confecções, conta que o ano de 2017 foi ruim para as vendas. Muitos clientes deixaram de comprar e outros ficaram devendo. Ela então decidiu reduzir a produção em grande escala de produtos simples e passou a vender peças de maior valor agregado, com melhores margens. Hoje é especializada na confecção das saias no “modelo secretária”, em bergalino. “Em um ambiente muito competitivo, o microcrédito para capital de giro é importante para crescer”, diz.

Foi Janeide quem apresentou o microcrédito à amiga Josefa do Nascimento, empresária do ramo de confecções de produtos da linha praia. As duas se conheceram frequentando a mesma Igreja. Josefa pode ser considerada uma das empreendedoras mais bem-sucedidas da região. Ela emprega formalmente hoje seis funcionários em um ambiente em que a maioria dos comerciantes terceiriza sua produção para as chamadas “facções” – famílias de costureiras que trabalham sem vínculo empregatício.
A operação de Josefa cresceu a ponto de o microcrédito não ser mais crucial para o negócio. Ainda assim, ela costuma fazer uso desses recursos para comprar material como o bojo (enchimento de espuma) para sutiãs. “Nos períodos de alta demanda, falta produto. Preferimos estar com estoque”, diz.

Últimas notícias