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Startup pernambucana lança em agosto motocicletas elétricas a R$ 9 mil

Com investimento de R$ 5 milhões, 30 vagas de emprego serão abertas, assim como loja no Recife

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 19/06/2019 às 7:00
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Com investimento de R$ 5 milhões, 30 vagas de emprego serão abertas, assim como loja no Recife - FOTO: Foto: Divulgação
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Fabricadas na China, mas com DNA pernambucano, novas scooters elétricas deverão chegar ao mercado automotivo do Nordeste no mês de agosto. O negócio, fruto de um investimento de R$ 5 milhões, é comandado pela startup pernambucana Voltz, criada em 2017 pelos proprietários da distribuidora de moto peças P2M. A priori disponível só para venda, as motocicletas custarão cerca de R$ 9 mil e podem vir a atender no futuro um nicho em crescimento pelo mundo: o transporte compartilhado de motos.

As scooters têm velocidade máxima de 60 km/h e autonomia para percorrer até 60 km, com bateria de lítio portátil e recarregável, em casa ou pontos ‘eco friendly’. “Estamos fechando os pontos para recarga, como cafeterias e postos de combustíveis. A recarga em si custa 1 Kw/h a depender da região da cidade. Em média, esse custo no Recife é de R$ 70 centavos. Em duas horas, o usuários já conseguem recarregar até 70% da bateria”, diz o fundador da Voltz, Renato Villar.

Fugindo dos produtos da vez, como patinetes e bicicletas, Villar viu a oportunidade de novo negócio dentro de um mercado que já conhece bem. Comandando há seis anos a P2M, na distribuição de moto peças em 12 estados, ele percebeu o crescimento na busca por motos ‘mais leves’, que estivessem de acordo com o estilo de vida das pessoas.

“Notamos um mercado crescente de scooters, de um consumidor mais preocupado com a mobilidade e sustentabilidade. Então, porque ainda comprar motocicletas movidas à gasolina”, questiona o empreendedor, que já viajou mais de 15 vezes para a China, de onde virá toda a carenagem da motocicleta. A bateria é tecnologia da alemã Bosch.

A demanda, seguindo os números da Voltz, realmente existe. Para venda no Brasil, serão abertas três lojas. Uma de referência no Recife, em Boa Viagem, e outras duas em Fortaleza e Salvador. “Temos já um cadastro de espera de 5 mil pessoas para compra. Só em Recife já são quase 500 pessoas interessadas. A nossa loja na capital pernambucana terá 1 mil metros quadrados”, comemora Villar.

Por loja, deverão ser empregadas cerca de 10 pessoas. Através do e-mail: [email protected], os interessados podem concorrer a 30 oportunidades para os setores de marketing, comercial, desenvolvedores e financeiro da empresa.

No caso da do Recife, em cima da loja será montado um coworking para atração de startups que possam agregar no negócio da Voltz. Como empresas de software embarcados.

Compartilhamento

Por ora, embora atenda só compradores, a Voltz não descarta a possibilidade do transporte compartilhado. Mesmo que esse mercado hoje seja dominado por carros, a exemplo da atuação da Uber e 99, diversas startups apoiadas pelas grandes empresas de capital de risco já estão apostando no compartilhamento de "duas rodas".

De acordo com o The New York Times, em países em desenvolvimento, como a Índia, onde a venda de veículos de duas rodas ultrapassa a de carros em 6 para 1, a Uber e seus concorrentes já precisam descobrir uma abordagem diferente ou correm o risco de ter os negócios prejudicados.

O País indiano, por exemplo, é o maior mercado mundial de motocicletas. Com 1,3 bilhão de habitantes, são vendidos aproximadamente 20 milhões de novas unidades por ano, desde as scooters de baixa potência até as robustas Harley-Davidson. Agentes do mercado estimam que 200 milhões de pessoas possuem habilitação para dirigir pelo menos um veículo básico de duas rodas naquele país. Lá as startups Vogo e Bounce são as mais acirradas na briga por esse mercado. No Brasil, em 2018 foram vendidas 940,3 mil motocicletas.

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