Patrimônio Natural Mundial reconhecido pela Unesco, o Arquipélago de Fernando de Noronha é um case de ações de sustentabilidade do governo de Pernambuco. Com uma população estimada em 5 mil moradores e uma média de 8,5 mil visitantes por mês, a administração local precisa enfrentar os desafios sociais e ambientais para manter a ilha preservada. Os principais programas em andamento são o Noronha Carbono Zero, que atua nas diretrizes de mobilidade e matriz energética, e o Noronha Plástico Zero, que proíbe a entrada, o uso e a comercialização de plásticos descartáveis na ilha.
“No início a ideia era proibir o uso do canudo, mas a proposta foi ampliada em parceria com a Menos 1 Lixo e a Iônica, que nos ajudaram na implementação e gestão do projeto. O decreto entrou em vigor em abril e foi bem recebido. No primeiro mês recolhemos 350 quilos de plástico e no segundo já caiu para cinco quilos, numa demonstração de adesão das pessoas”, comemora o administrador de Noronha, Guilherme Rocha.
O Plástico Zero não permite a entrada nem o consumo de garrafas plásticas com volume inferior a 500 ml; canudos, talheres e copos descartáveis; sacolas plásticas; embalagens descartáveis de isopor e qualquer outro produto descartável de polietileno, polipropileno e similares.
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As diretrizes de sustentabilidade da ilha também estão no documento Noronha+20, elaborado em 2010, apontando as perspectivas para 20 anos (até 2030). “Uma das iniciativas é retirar da ilha todos os veículos que circulam com combustível fóssil. A partir de 2022, será proibida a entrada de novos veículos que emitam dióxido de carbono. A frota antiga que permanecerá precisa ser retirada até 2030”, reforça Rocha. A frota local é de 800 veículos. Em junho, a administração de Noronha recebeu seis carros 100% elétricos da Renault (modelos Zoe, Twizy e Kangoo) e quatro carregadores para uso oficial.
Outro desafio é resolver o problema da matriz energética. Hoje 90% da geração de energia da ilha é proveniente de térmica a óleo diesel e 10% de solar. A meta é alcançar 100% de energia limpa até 2030. Para isso é necessário apostar não só na ampliação da capacidade das usinas fotovoltaicas, mas no investimento em baterias para armazenar energia nos momentos de intermitência do sol.