O consumidor também pode ser mais sustentável e adotar ações que contribuam para tornar o mundo mais equilibrado ambientalmente.
“A tomada de consciência é o primeiro passo para ajudar na questão do clima. As pessoas devem perceber qual a sua pegada ecológica”, diz a especialista em Conservação do WWF-Brasil, Renata Camargo.
A pegada calcula o impacto causado pelo consumo no meio ambiente, incluindo desde a forma como a pessoa se alimenta até o modo de se deslocar pela cidade.
Renata defende que o transporte público de qualidade deve começar a ter uma voz ativa coletivamente na sociedade.
“As escolhas individuais têm um grande peso na pressão política. Vamos ter eleições municipais. E é bom o cidadão ficar atento aos políticos que estão olhando pra mobilidade e o que estão defendendo”, revela.
“Uma pessoa sozinha em cada carro é muito impactante ao meio ambiente. É bom começar a pensar em dar carona, ir a pé ou de bicicleta para o deslocamento ser menos agressivo”, argumenta.
O transporte é um dos maiores emissores de gás carbônico – que contribuem para o aquecimento global – nas grandes cidades brasileiras.
O lixo nosso de cada dia também é um problema ambiental. Os restos de comida não parecem serem tão volumosos, mas provocam um grande impacto ao serem descartados por milhares de pessoas.
“Os resíduos orgânicos do lixo geram muitos gases e isso acaba impactando o meio ambiente”, diz a fundadora do Movimento Pernambuco Sem Lixo, a estudante de psicologia, Bárbara Lima.
Os resíduos orgânicos geram metano, um dos gases que mais contribuem para o aquecimento global. Em lugares mais desenvolvidos, esse metano é usado para gerar energia elétrica, mas isso ainda não é feito nas cidades brasileiras.
Diminuir o consumo do plástico também ajudaria ao planeta. “Aterrar plástico é enterrar dinheiro. No entanto, não se consegue reciclar o plástico na mesma proporção em que ocorre a sua produção”, afirma Bárbara.
Na maioria das cidades brasileiras, o plástico é enterrado nos aterros sanitários e esse tipo de material passa séculos para se decompor. “Andar com a sua garrafa de água e com o canudo reutilizável podem contribuir para jogar menos plástico no meio ambiente”, diz.
A WWF também dá outras dicas que podem ser seguidas por quem deseja impactar menos o meio ambiente:
- Desligar sempre as luzes e os eletrodomésticos que não estão em uso;
- Limitar o tempo do banho;
- Preferir iluminação e ventilação naturais;
- Tentar reciclar a maior quantidade do lixo que produz;
- Fazer uma composteira doméstica que receberia os resíduos orgânicos do lixo;
- Fiminuir o consumo de embalagens;
- Reduzir o uso do ar-condicionado;
- Evitar imprimir.
Necessidade
A jornalista Luciana Nunes considera ser sustentável “uma necessidade” da vida pessoal e profissional. Ela afirma que as “iniciativas individuais praticadas com constância fazem as grandes transformações”.
E argumenta algo que também vem sendo dito pelos cientistas: “Não temos mais muito tempo para impactar menos o planeta”.
No escritório dela, localizado no Bairro do Recife, todos os objetos são reciclados ou reutilizados ou feitos à mão por quem trabalha lá. “A economia circular não deixa desperdiçar nada. E fecha o ciclo. Decidi nortear o meu negócio e a minha vida pessoal com esse princípio”, conta.
E a mudança foi grande. Ela tinha uma agência de comunicação que empregava cerca de 60 pessoas. E hoje está à frente do Sinspire, um “ecossistema” no qual faz comunicação, projetos culturais e soluções criativas, além de alugar salas de co-working para empresas que estão procurando um espaço desse tipo.
Em um ano de atuação, foram vários projetos na área de cultura e sustentabilidade, incluindo o lançamento de um livro que divulgou a história de uma das ícones da cultura popular de Pernambuco, Lia de Itamaracá.
Durante a conferência do clima, o local vai receber painéis, exposições de arte reciclável de estudantes de escolas públicas, mostra fotográfica, exibição de documentários, entre outros. “Abraçamos o conhecimento e a arte.
Passei muito tempo trabalhando no sonho dos outros em projetos que não transformavam a vida de ninguém. Ser mais sustentável trouxe uma causa e propósito para a vida pessoal e o meu negócio”, conclui.