LOGÍSTICA

Movimentação nos condomínios logísticos cresce e gera investimento e emprego em Pernambuco

Em todo o Nordeste foram movimentados ano passado 201 mil m², valor 25% maior do que o acumulado em 2018

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 14/02/2020 às 16:00
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Em todo o Nordeste foram movimentados ano passado 201 mil m², valor 25% maior do que o acumulado em 2018 - FOTO: Foto: Divulgação
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O e-commerce tem ditado não só a demanda e velocidade das vendas no varejo como também tem estimulado o crescimento de toda a cadeia logística no País. Por conta das vendas na internet, o dinamismo na distribuição e entrega dos produtos tem sido alvo comum de fabricantes e transportadoras que, na busca pela oferta do melhor serviço, acabam por fomentar o crescimento dos condomínios logísticos de alto padrão. Em Pernambuco, já há condomínio retomando os investimentos e gerando novos postos de trabalho.  

Somente em 2019, de acordo com dados da consultoria JLL, 16 estados da federação apresentaram crescimento nesse segmento, totalizando 2,4 milhões de m² negociados. Considerado, pela consultoria, principal estado do Nordeste para a logística, Pernambuco também obteve bons resultados, com crescimento de 12% entre 2018 e 2019 na absorção bruta (aumento ou diminuição de ocupação nos espaços disponibilizados pelos condomínios).

“O que a gente enxerga no Estado é que os preços acabaram diminuindo um pouco ao longo dos anos, em se tratando do preço pedido pelos proprietários. O preço diminuiu e isso permitiu que as empresas se instalassem”, diz o analista de pesquisa e inteligência de mercado da JLL, Renan Cardoso. Se comparados os últimos três anos, Pernambuco deu um salto na oferta e ocupação dos condomínios. Enquanto em 2017 a absorção bruta foi de 39 mil m², em 2018 ele cresceu para 87 mil m², chegando aos 97 mil m² este ano. Em todo o Nordeste foram movimentados 201 mil m², valor 25% maior do que o acumulado em 2018.

“Hoje já se tem por volta de 1 milhão de m² em condomínios logísticos só em Pernambuco, o que coloca o Estado como o quinto maior nesse sentido no Brasil. A região próxima ao porto (de Suape) é a que concentra a maior quantidade, incluindo aí Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. Essa área estratégica tem dado protagonismo ao Estado”, reforça Cardoso.
No último ano, o preço do m² comercializado nos condomínios logísticos de Pernambuco chegou a R$ 17 ao mês, permitindo que a taxa de vacância caísse para 13,8%. No fim de 2018, essa mesma taxa era de 16,3%. A nível nacional, a vacância era de 18,5%, com preço médio de R$ 19 por m²/mês.

Retomada da logística

O preço do metro quadrado ainda abaixo da média do mercado em Pernambuco se justifica pelo baque que o segmento logístico sentiu no Estado por conta da falta de demanda industrial, porém, se somado à redução da vacância, há indicativos de há um ritmo de retomada.

“Esses últimos quatro anos foram bastante ruins para o Brasil como um todo. O Nordeste, sobretudo essa área mais próxima a Suape, teve uma pancada muito maior, principalmente por conta do estaleiro e da petroquímica, com a refinaria”, justifica o diretor de negócios do Condomínio Cone, Fernando Perez.

Segundo ele, os bens de consumo conseguiram segurar o ritmo de demanda e, agora, ditam o compasso de retomada dos investimentos.“A demanda se equiparou à oferta. Nesse 2º semestre de 2020 já iria faltar área. Temos cerca de 70mil m² sendo construídos - 60 mil m² de armazém seco e 20 mil m² de frigorificado. Pode-se considerar pelo menos R$ 180 milhões em investimentos, tendo já 250 pessoas trabalhando nas obras e, depois, 1 mil na operação”, destaca. Hoje, o Cone tem 650 mil m² de armazém e mais de 6,5 mil funcionários diretos e indiretos. A vacância gira em 7% e a nova área deve ser entregue já com contratos fechados, em 2021.

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