Uso da tecnologia GNL permitirá abastecimento de gás em Petrolina em 2020

Não são só os carros de passeio que têm atraído os investimentos em torno do gás natural. Em se tratando de veículos pesados - como caminhões, montadoras e empresas que precisam dos modelos para transporte de cargas têm apostado alto nos veículos movidos 100% a gás ou preparados para poder rodar em parte com o fluido. Em Pernambuco, além de um projeto em andamento da empresa Solar Coca-Cola, a Copergás se prepara para testar a eficiência de um modelo que faz uso parcial do gás natural em contraponto ao diesel. Dentre as novas tecnologias, a Copergás também espera fazer uso do Gás Natural Liquefeito (GNL) para abastecer Petrolina até o fim deste de 2020.

>>> Crescimento da frota de GNV impõe desafio de ampliação dos postos em Pernambuco

“A gente está trabalhando também nessa questão do pesado. Isso vai começar a ter uma grandiosidade em breve. No mercado, já existem várias tecnologias para uso do GNV em veículos de grande porte. Temos aqui já a empresa Solar, que trabalha com um veículo da Scania (caminhão modelo RT410) que é 100% movido a gás natural. Essa, por exemplo, é uma tecnologia que está chegando agora e certamente vai acontecer muita coisa nesse nicho”, acredita Morgado.

Segundo ele, por se tratar de um projeto privado, não há relatórios sobre os resultados de economia do uso de combustível em se tratando dos veículos utilizados pela Solar, mas, essa mudança já começa a se desenhar de uma forma tão consolidada que, nos próximos meses, Pernambuco deverá sediar o teste operacional de outra empresa com caminhões movidos a gás natural. “Agora é uma tecnologia que permite um caminhão a diesel utilizar parcialmente o gás natural, reduzindo consumo de diesel através da introdução de um kit de gás natural que deixa o veículos praticamente funcionado metade diesel e metade gás natural. É um kit muito utilizado no mundo todo e também vai chegar aqui”, reforça.

Os projetos com veículos pesados, embora ainda embrionários, são testados não pela novidade na tecnologia, mas pela operação. Para Morgado, os frotistas precisam conhecer melhor essa novidade que é operar com gás natural para passar a optar pelo uso dela. E para atender esse crescimento da demanda, a expansão dos gasodutos, bem como dos demais modelos de transporte do gás até os pontos de distribuição, como Gás Natural Comprimido (GNC) e Gás Natural Liquefeito (GNL) são demandas concernentes à Copergás.

O QUE É GNC E GNL?

GNC:  O Gás Natural Comprimido (GNC), como diz o nome, é o gás natural comprado por empresas à Copergás e comprimido para reduzir seu volume e ser transportado. Nesse processo, o gás natural é armazenado em cilindros especiais, ainda no estado gasoso. O transporte é feito em carretas, que podem ser deixadas nos pontos de descompressão e substituídas periodicamente ou utilizadas para abastecimento de reservatórios fixos. Após a entrega, o gás natural é descomprimido, e o usuário final receberá o gás natural nas condições ideais de utilização.

GNL:  O Gás Natural Liquefeito (GNL) também é o gás natural comprado à Copergás e que passa pelo processo de criogênico, no qual o gás natural é resfriado para ter o seu volume reduzido em até 600 vezes, o que facilita a logística de transporte. Seu transporte também é feito por carretas que mantêm o gás natural no estado líquido, desde a planta de liquefação de gás até as estações de regaseificação instaladas nos usuários finais, onde o gás volta ao estado gasoso nas condições ideais de utilização. Esse modal é ideal para maiores distâncias ou grandes volumes adquiridos pelos usuários finais de gás.

“A gente já trabalha com esses modelos (GNC e GNL), suprimos as distribuidoras que vendem GNC em Pernambuco em cidades como Carpina, Caruaru, Garanhuns com postos de GNC. Nesse caso, a Copergás fornece para as distribuidoras, que vão até lá e entregam. No caso do GNL, a mais recente chegada, temos a oportunidade de transportar o gás para regiões mais distantes. Este ano, a distribuição começará lá em Petrolina, com GNL adquirido pela Copergás, regaseificado em Petrolina e injetado numa rede como se fosse uma que estivesse próxima ao Grande Recife, isso não só para abastecer veículos, mas também para a indústria e comércios lá”, confirma o gerente de comercialização da Copergás.

Até 2024, a Copergás pretende investir R$ 323 milhões na expansão e interligação da rede de distribuição. O total de recursos da estatal prevê benefícios aos municípios de Caruaru, Camaragibe, Carpina, Igarassu, Moreno, Ipojuca, Carpina, São Lourenço da Mata, Paudalho e Petrolina. Atualmente, a companhia atende 28 municípios de Pernambuco. Dos atuais 800 quilômetros de dutos, a expectativa é chegar a 1,2 mil quilômetros.