O juiz de ética da Fifa, Joachim Eckert, revelou surpresa nesta sexta-feira com as críticas feitas pelo próprio presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da entidade, Michael Garcia, ao relatório no qual o organismo que controla o futebol mundial isentou Rússia e Catar de corrupção no processo que levou os dois países a serem eleitos as respectivas sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
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O investigador norte-americano disse, na última quinta, horas após a divulgação do documento, que o mesmo "contém numerosas interpretações incompletas e errôneas dos fatos", assim como revelou que deverá apelar contra a decisão da Fifa.
Surpreso com a reação de Garcia, o juiz alemão criticou o fato de o norte-americano não ter primeiro o procurado, antes de soltar o comunicado reprovando o relatório de 42 páginas que foi fruto de uma investigação de dois anos. "Eu devo e quero falar primeiro com Garcia", disse Eckert à agência Associated Press.
O juiz evitou criticar Garcia, mas disse que "normalmente você deve discutir internamente se não gosta de uma decisão". Desta forma, ele também evitou discutir publicamente o conflito que passará a travar com o investigador em relação ao relatório que ratificou a realização dos Mundiais da Rússia e do Catar.
Ao divulgar o documento na última quinta-feira, Eckert disse não ter encontrado motivos para abrir novos processos de votação para determinar possíveis novas sedes para as duas próximas Copas, apesar das denúncias de corrupção que abalaram a credibilidade das candidaturas que venceram a disputa para abrigar o evento, em dezembro de 2010. Ele apenas citou a necessidade de punir alguns dirigentes e de fortalecer o processo de seleção das sedes a partir da Copa de 2026.