Violência

Membros de organizadas treinam para lutar nas ruas

Durante investigações, polícia se deparou com supostos professores de artes marciais que ensinam técnicas de combate

ALEXANDRE ARDITTI
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ALEXANDRE ARDITTI
Publicado em 25/11/2015 às 8:37
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No decorrer das investigações da Operação Arquibancada, a Polícia Civil acabou se deparando com a existência de supostos professores de artes marciais que são contratados por grupos de membros das torcidas organizadas para ensiná-los a lutar. As técnicas posteriormente acabam sendo utilizadas durante os enfrentamentos nas ruas. Essa é mais uma prova de organização, entre tantas, que deve ser utilizada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para tentar denunciar à Justiça os integrantes das uniformizadas no crime de associação criminosa (artigo 288 do Código Penal), que prevê penas bem mais rigorosas do que as determinadas atualmente pelo Estatuto do Torcedor.

Entre os 12 presos da Operação Arquibancada no último dia 28, está um desses treinadores. O nome não foi divulgado e nem a organizada a qual pertence. Foi a partir dele que a polícia acabou descobrindo a existência de outros desempenhando a mesma função nas demais uniformizadas. “Isso prova como eles estão se preparando para os combates nas ruas. É mais um sinal de alerta”, reconheceu o delegado Paulo Moraes, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), que está à frente das investigações.

A reportagem do JC identificou um desses professores. Ele pediu para não ter sua identidade revelada na reportagem. “Os caras me chamaram para ensinar umas técnicas de defesa pessoal. Coisa boba, só para que possam se sair de problemas nas ruas. Como simpatizo com a torcida e seus integrantes, não vi problemas. Sei da índole deles. Eles querem ir e vir em paz. Só isso”, afirmou. Ele nega receber remuneração da organizada e também diz que não há uma periodicidade correta para as aulas. “Esses encontros são esporádicos. É que todos trabalham e nem sempre estão disponíveis para treinar”, completou.


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