O advogado de Michel Platini, Thibaud D´Alès, que recorreu da suspensão de oito anos do presidente da Uefa, voltou a defender nesta sexta-feira (19) à AFP a tese do "contrato oral" que justifica, segundo ele, o pagamento controverso que o dirigente recebeu de Joseph Blatter.
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"Os fatos são teimosos. Trata-se de com contrato oral com a Fifa, por meio do seu presidente, Sepp Blatter, como este último reiterou", argumentou o advogado, citando uma entrevista de quinta-feira à rádio francesa RMC, na qual o suíço confirma a versão de Platini.
Tanto Blatter quanto Platini foram suspensos por oito anos de toda atividade ligada ao futebol, por conta desse depósito de 1,8 milhões de euros do primeiro ao segundo, em 2011.
Ambos alegam que o pagamento é a remuneração de um trabalho de consultoria realizado pelo ex-craque francês de 1998 a 2002, por meio de um contrato oral.
"Um contrato pode ser feito oralmente. Platini é inocente, e eu também. O caso está vazio. É uma questão contável, não um caso de ética. O contrato existia, e é preciso honrá-lo", disse Blatter à RMC.
"A verdade é de uma simplicidade bíblica. Depois desse contrato oral, o tempo passa, um pedido de pagamento é formalizado através de uma fatura emitida de acordo com as normas da Fifa, que detalha os fundamentos do transação, e o pagamento é efetuado", completou Thibaud D´Alès.
Apesar desses argumentos, a comissão de ética da Fifa, considerou Platini e Blatter culpados de "abuso de poder, conflito de interesses e gestão desleal", descartando, contudo as acusações de corrupção.
Platini teve sua audiência perante a Câmara de Apelação da entidade na segunda-feira, e Blatter compareceu no dia seguinte.
Caso o primeiro recurso seja rejeitado, ambos ainda pretendem levar o caso ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).