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Fifa exige 'milhões de dólares' de seus antigos dirigentes perseguidos

A Fifa incluiu na lista de acusados o nome de quase todos os ex-dirigentes da Concacaf e Conmebol processados pela justiça federal de Nova York

Do JC Online
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Publicado em 16/03/2016 às 15:30
Foto: José Cruz / ABr
A Fifa incluiu na lista de acusados o nome de quase todos os ex-dirigentes da Concacaf e Conmebol processados pela justiça federal de Nova York - FOTO: Foto: José Cruz / ABr
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A solicitação da Fifa à justiça americana para recuperar milhões de dólares desviados em subornos significa um novo golpe contra os ex-dirigentes da Concacaf e Conmebol processados por corrupção, a quem a entidade que rege o futebol exige que sejam devolvidos salários e outros benefícios.

No processo de 22 páginas apresentado nesta quarta-feira (16), a Fifa estima em "pelo menos 22.224.687 dólares" a quantia que precisa ser devolvida a seus cofres a caráter de restituição de salários e outros benefícios obtidos pelos acusados dentro da entidade desde 2004.

"Ao privar a Fifa de serviços honestos, os acusados receberam dinheiro da Fifa de maneira injusta na forma de salários, bônus, benefícios e outras compensações", acusa a denúncia, explicando que a entidade "tem direito à restituição destes valores".

A Fifa incluiu na lista de acusados o nome  de quase todos os ex-dirigentes da Concacaf e Conmebol processados pela justiça federal de Nova York e que em algum momento integraram o Comitê Executivo ou outros cargos na entidade.

 

- Brasileiros envolvidos -

Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, três ex-presidentes da CBF, fazem parte dos dirigentes processados pela Fifa e são acusados de receber e distribuir propinas em contratos da CBF e da Conmebol.

Marin encontra-se em prisão domiciliar em Nova York enquanto aguarda julgamento. Del Nero e Teixeira não saem do Brasil por medo de serem detidos.

A Teixeira, presidente da CBF entre 1989 e 2012 e membro do Comitê Executivo da Fifa entre 1994 e 2012, são exigidos mais de 3,5 milhões de dólares, enquanto Del Nero teria que devolver 1,67 milhão de dólares e Marin 115.000 dólares.

Outros dirigentes que viraram réus após o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa em maio do ano passado também serão processados, como o americano Chuck Blazer (US$ 5,37 milhões), o trinitino Jack Warner (US$ 4,5 milhões) e Jeffrey Webb (US$ 2,1 milhões), das Ilhas Cayman. 

Estes valores se somam ao dinheiro que a Fifa pede de indenização por propinas e outras manobras ilegais dos ex-dirigentes, num total que chegaria a 290 milhões de dólares.

O documento apresentado fez menção específica à corrupção da Concacaf e da União Centro-Americana de Futebol (UCAF) na venda de direitos de comercialização das eliminatórias para a Copa do Mundo.

Neste sentido, a Fifa afirma que os acusados se aproveitaram do "prestigio" da Copa do Mundo para "ficar com o dinheiro e negociar subornos" no valor de centenas de milhares de dólares, acusando diretamente o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Julio Rocha, os hondurenhos Alfredo Hawit e Rafael Callejas e outros dirigentes da região.

Envolvida no pior escândalo de corrupção de sua história, a Fifa se baseia na investigação americana para também acusar a África do Sul de ter pago 10 milhões de dólares em subornos, incluindo o polêmico dirigente Jack Wartner, para a obtenção do Mundial 2010.

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