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Presidente da Fifa defende Copa com 48 seleções em vários países

Infantino também disse a organização vai tratar ''muito seriamente o processo de candidaturas para a Copa de 2026, para garantir que seja transparente e irrepreensível''

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Publicado em 06/10/2016 às 7:18
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Infantino também disse a organização vai tratar ''muito seriamente o processo de candidaturas para a Copa de 2026, para garantir que seja transparente e irrepreensível'' - FOTO: Foto: FABRICE COFFRINI / AFP
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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, que se descreve como um "trabalhador", defende em uma entrevista exclusiva à AFP "uma Copa do Mundo de 48 países para dar mais oportunidades a mais equipes" e sugere uma organização do evento "entre vários países".

Pergunta: É apenas uma ideia ou realmente avança a possibilidade de uma Copa do Mundo com 48 seleções?

Resposta: "Não é um segredo que eu acredito em uma expansão do Mundial. É possível pensar em uma Copa do Mundo com 48 equipes que seria de fato um formato com 32 times, porque observamos que o ideal é com 32 equipes. A ideia seria que as 16 melhores seleções nas eliminatórias entrassem diretamente na fase de grupos e que as outras 16 se classificassem em uma partida eliminatória que seria disputa no início da competição. Seriam 16 partidas que determinariam as outras 16 equipes na fase de grupos. Qual seria o impacto? Sobre o calendário nenhum, porque estas partidas seriam disputadas antes do Mundial, ao invés dos jogos amistosos. Do ponto de vista da promoção do futebol são 16 finais que seriam disputadas antes do início real da fase de grupos. Isto daria mais oportunidades a mais seleções".

P: O projeto de 48 seleções será abordado no próximo congresso da Fifa em 13 e 14 de outubro?

R: "Nós vamos debater em 13 e 14 de outubro. É um projeto, uma ideia, como a Copa do Mundo de 40 (equipes), que ainda está sobre a mesa, com grupos de quatro ou cinco equipes. São ideias sobre as quais falaremos e sobre as quais tomaremos uma decisão no próximo ano. Precisamos ver o impacto para o futebol a nível mundial. Os países que sempre se classificam não terão nenhum problema, os que se classificam uma a cada duas tentativas ou os que estão no limite terão a possibilidade de obter a vaga no torneio".

P: Com o aumento da Eurocopa a 24 equipes este ano na França, alguns consideraram que ocorreu uma queda no nível técnico. O que aconteceria com um Mundial de 48?

R: "Representaria uma melhora no nível esportivo, com partidas de classificação nas quais passariam os melhores e teríamos de novo o formato esportivo ideal (32 seleções). Se fala muito da queda do nível técnico, mas na minha opinião o nível da Eurocopa não foi pior, pelo contrário. Vimos equipes que não imaginávamos que eram tão fortes, o nível foi muito alto. Não podemos esquecer que na Copa do Mundo do Brasil (2014), a Costa Rica eliminou a Itália, o nível do futebol é muito elevado".

- Primeiros meses como presidente -

P: O senhor é favorável a um Mundial organizado por vários países?

R: "Hoje em dia, para mim, este é um ponto absolutamente fundamental. Temos que descer um pouco à Terra. Atualmente há poucos países que podem permitir-se organizar de modo solitário um Mundial com todas as exigências que existem, é normal, se tornou um evento gigantesco. Ajuda um país, mas também pode criar problemas. Estou muito aberto a uma co-organização".

P: Que balanço faz de seus sete primeiros meses na Fifa?

R: "Fui eleito com um programa de reformas, acredito muito nestas reformas e em sua aplicação. Começamos a fazê-las com a secretária-geral Fatma Samoura. Uma mulher neste cargo é um passo importante. Criamos uma divisão de futebol feminino. A Fifa precisa fazer mais futebol e menos política, estou muito feliz com a nova estrutura em que ex-jogadores nos ajudam a desenvolver o esporte. Zvonimir Boban, secretário-geral adjunto, Marco Van Basten na parte técnica. O que queremos fazer é estar mais perto do futebol. Também desejamos a boa governança e a transparência nos fluxos financeiros. Ainda há trabalho por fazer, evidentemente, mas estou bastante feliz e confiante para o futuro".

P: O senhor foi acusado, entre outras coisas, de ter solicitado a destruição de uma gravação, antes de ser declarado inocente. Pensando hoje, teria atuado de maneira diferente?

R: "A gravação nunca foi destruída, foi roubada, existe. O que subestimei foi que a vontade de mudar de cultura para algumas pessoas foi apenas uma fachada, não foi real. Podemos mudar a Fifa se mudarmos a cultura. Algumas pessoas não gostaram das mudanças e me atacaram, assim como a organização. Ninguém perfeito, sou o último a ser perfeito. Mas sou um trabalhador, não roubo, não me aproveito e não faço armadilhas. E não permitirei a ninguém nesta organização que faça armadilhas. E como fazer isto? Com trabalho e dando exemplo. Temos instâncias que julgam e que decidem, é um pouco estranho que quando estas instâncias condenam alguém falamos 'tudo bem' e que quando chegam à conclusão que o presidente não fez nada, deixamos as dúvidas em aberto".

P: O presidente americano Barack Obama afirmou esta semana que as decisões do COI, assim como as da Fifa, estão um pouco "manipuladas"...

R: "Não posso falar do passado, mas o que eu posso prometer é que devemos tratar muito seriamente o processo de candidaturas para a Copa de 2026, para garantir que seja transparente e irrepreensível. Que não seja apenas um voto político".

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