Se a comoção tomou conta de Caetés III, em Abreu e Lima, na casa dos familiares e amigos de Cleber Santana, Carpina amanheceu se perguntando: quem é Everton Kempes, um dos 75 mortos no desastre aéreo com a delegação da Chapecoense na Colômbia? O município da Zona da Mata Norte de Pernambuco é o local de nascimento do atacante, um dos destaques do clube catarinense na temporada. Porém, como o jogador deixou Carpina, que fica a 45 quilômetros da capital Recife, ainda criança, poucos habitantes do município conheciam a história do atleta.
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A reportagem do JC Online atravessou a cidade procurando familiares do jogador nos bairros de Senzala, Centro e Bairro Novo. Em todos os lugares, as pessoas até conheciam a história da tragédia em La Unión, na Colômbia e que vitimou 71 pessoas, entre jogadores e comissão técnica da Chapecoense, jornalistas, convidados e tripulação do voo 2933 da Lamia, na madrugada de ontem. Mas ninguém soube informar onde o jogador viveu e a reportagem não conseguiu encontrar qualquer informação sobre parentes ainda morando no município.
No bairro Senzala, uma informação errada levou muitas pessoas na frente da casa da família de outro Kempes de Carpina. O rapaz também se chama Everton, mas tem 21 anos e mora em São Paulo. O segundo nome é um apelido em homenagem justamente ao ex-atacante da Chapecoense. Na residência do pai, conhecido como Biriu, a mãe de Everton recebeu a reportagem do JC Online, mas não quis dar entrevistas e ressaltou que o seu filho está vivo em solo paulista.
HISTÓRIA
Everton Kempes dos Santos Gonçalves tinha 34 anos e foi jogador de futebol profissional por nove anos. O nome é uma homenagem ao ex-jogador Mario Kempes, um dos maiores atletas da Argentina e um dos grandes destaques da Copa do Mundo de 1978, vencida pelos hermanos em casa. Como o pai Amaro Gonçalves era fã do argentino, colocou nos três filhos (Everton, Eric e Cleber) o sobrenome do ídolo. Quando criança, a família deixou Carpina e se mudou para o Rio de Janeiro.
Iniciou tardiamente a sua carreira no futebol, só aos 17 anos, no Canto do Rio, clube de Niterói (RJ). Sem fazer categorias de base, rodou por clubes semiprofissionais do Sudeste, ainda só usando o nome Everton nos gramados. Só se profissionalizou em 2007, no 15 de Campo Bom (RS). Antes de fazer sucesso na Chapecoense, passou também por Paraná, Ceará, Criciúma, Portuguesa e Joinville, além de três temporadas no Japão, pelos times do Cerezo Ozaka e JEF United.