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Vítima de racismo, Lukaku cobra ações de dirigentes e posição de atletas

Lukaku usou suas redes sociais para pedir que dirigentes e atletas se mobilizem para combater o racismo nos estádios

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Publicado em 02/09/2019 às 15:00
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Lukaku usou suas redes sociais para pedir que dirigentes e atletas se mobilizem para combater o racismo nos estádios - FOTO: AFP
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Vítima de racismo por parte dos torcedores do Cagliari após marcar, cobrando um pênalti, o gol que garantiu a vitória da Inter de Milão, por 2x1, no último domingo, pelo Campeonato Italiano, o atacante Romelu Lukaku se manifestou publicamente nesta segunda-feira para cobrar ações dos dirigentes no combate a este tipo de problema e também aproveitou para pedir para outros jogadores "unirem-se e tomar posição" para ajudar a coibir esta prática condenável dentro do futebol.

O jogador belga, de cor negra, fez o gol do triunfo sobre o Cagliari aos 27 minutos do segundo tempo do confronto de domingo e ouviu alguns torcedores da equipe da casa imitarem sons de macaco para provocá-lo e insultá-lo. O resultado assegurado pelo artilheiro fez com que a Inter fechasse a segunda rodada da competição nacional na liderança, com seis pontos, mesma pontuação de Torino e Juventus, respectivamente vice-líder e terceira colocada pelos critérios de desempate.

Nesta segunda-feira, Lukaku usou a sua página na rede social Instagram para condenar os atos racistas contra ele e para destacar que espera que "as federações de futebol reajam fortemente a todos os casos de discriminação". E enfatizou que ele e outros atletas "vêm dizendo isso há anos e nada foi feito" para combater de forma eficiente o racismo nas principais competições de futebol do mundo.

MENSAGEM

"Senhoras e senhores, estamos em 2019 e, em vez de avançarmos (contra o problema), estamos andando para trás", escreveu o jogador da seleção belga, que passou a defender a Inter de Milão a partir desta temporada europeia depois de ter atuado pelo Manchester United nas duas anteriores.

"Penso que como jogadores devemos estar unidos e tomar posição frente a este problema com o objetivo de conservar este esporte limpo e agradável para todos", ressaltou Lukaku, lembrando também que os casos de racismo estão ocorrendo com frequência no futebol. "Vários jogadores sofreram abusos racistas neste último mês (de agosto). Foi o meu caso ontem. O futebol é um jogo em que todo mundo deve desfrutar e não devemos aceitar nenhuma forma de discriminação susceptível de envergonhar o nosso esporte", completou.

Um dos vice-artilheiros da Copa do Mundo de 2018, com quatro gols marcados, Lukaku também pediu aos clubes e os administradores de redes sociais que saibam usar as suas ferramentas na internet para combater o racismo. "As plataformas de mídia social também devem trabalhar mais, com os clubes, porque todos os dias há pelo menos um comentário racista em relação a uma pessoa de cor", opinou.

Antes do astro belga, o atacante italiano Moise Kean, hoje jogador do Everton, foi vítima de racismo praticado por torcedores do Cagliari quando atuava pela Juventus na temporada passada. O mesmo ocorreu com o volante francês Blaise Matuidi, atleta da equipe de Turim, um ano antes.

No último domingo, quando ouviu gritos que imitavam sons de macacos após marcar o gol da vitória da Inter, Lukaku olhou com raiva para o setor de onde ele constatou que partiram os cânticos racistas antes de ser cercado pelos seus companheiros de time durante a sua comemoração.

Apesar do problema, o partida continuou sendo disputada normalmente e não foi interrompida em nenhum momento pelo árbitro. E este foi apenas mais um dos episódios de discriminação registrados recentemente em torneios europeus. No mês passado, o francês Paul Pogba, do Manchester United, foi alvo de gritos racistas da torcida do seu próprio time após desperdiçar um pênalti em partida contra o Wolverhampton.

Os atacantes Marcus Rashford, também do United, e Tammy Abraham, do Chelsea, foram alvos de insultos da mesma natureza nesta temporada europeia. O defensor francês Kurt Zouma, de cor negra da mesma forma, foi outro a ser vítima de manifestações racistas

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