O presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, não poupou críticas à legislação que trata os envolvidos em brigas e tumultos de torcidas organizadas. Nesta terça-feira (4), durante entrevista ao radialista Aroldo Costa, da Rádio Jornal, o mandatário defendeu que a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) deveria ter atirado para matar durante a intervenção feita na noite da última segunda-feira (3), quando integrantes da Torcida Jovem do Sport invadiram a festa de 106 anos do Santa Cruz, no Pátio de Santa Cruz.
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"Tem que se elogiar a conduta da Polícia Militar. Lamento só que tenha atirado para cima, o ideal é que tivesse atirado mesmo. Iríamos ter hoje, sei lá, 30 bandidos a menos, 40, 20... Infelizmente, nós temos esta defasagem, que o presidente (Jair) Bolsonaro ainda não conseguiu fazer, que é nós termos pena de morte . Seria muito adequado para este tipo de gente. Porque este tipo de gente não é gente, são animais que têm que ser executados. Infelizmente, a Polícia Militar não pode nem bater, porque se não vai processar tudo que é policial, nós não podemos botar nem de pé (os envolvidos) no sol no Quartel do Derby, para lavar banheiro e capinar, porque também não pode. Na verdade, nós temos que tratar eles com cafezinho e água, e respeitar esses pseudos direitos humanos que eles têm", ironizou.
ENCONTRO
Para debater solução ao repetitivo problema dos confrontos de membros de torcidas organizadas em Pernambuco, Evandro Carvalho revelou que terá uma reunião, na próxima segunda-feira (10), com coordenadoria dos juizados. Além de todos os juízes e representantes da federação também estarão presentes os presidentes de clubes. O presidente da FPF, porém, não se mostrou muito entusiasmado.
"Confesso que vou desanimado. Porque nada que a gente possa fazer adianta, se não for a força do Estado, a lei, de agir para prender, não adianta nada. Essas pessoas serão identificadas, pois a federação vai contribuir com isso pelo Disque Denúncia, aí vão receber pena de advertência, ficar proibidos de ir a jogos. Só que vão do mesmo jeito, porque não tem onde colocar eles, não tem como colocar 800 torcedores, que é o que eu tenho hoje, proibidos de ir a jogos, onde é que eu vou colocar? Nenhum juizado e delegacia comporta isso. A sociedade está refém desta bandidagem", observou.
Escute a entrevista de Evandro Carvalho