Revolta

Pais de garotos mortos no incêndio do Ninho do Urubu cobram Justiça contra Flamengo

Tragédia vai completar um ano no próximo sábado

Luana Ponsoni
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Luana Ponsoni
Publicado em 05/02/2020 às 12:11
Reprodução/Rede Globo
Tragédia vai completar um ano no próximo sábado - FOTO: Reprodução/Rede Globo
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Quase um ano depois do incêndio no alojamento improvisado para as divisões de base do Flamengo, no Ninho do Urubu, em Vargem Grande (RJ), a apresentadora Fátima Bernardes recebeu os pais de dois jovens mortos na tragédia. Nesta quarta-feira (5), Wedson e Sara Cristina, genitores de Pablo Henrique, e Marília, mãe do Arthur Vinícius, estiveram no programa Encontro, da Rede Globo. Eles relataram a falta de sensibilidade do Flamengo com o acidente que tirou a vida de seus filhos e, sobretudo, a falta de punição para o clube.

O acidente vai completar um ano no próxima sábado (8). Ainda assim, nem mesmo o inquérito foi concluído. Na madrugada do dia 8 de fevereiro de 2019, um curto-circuito em um dos ar-condicionados das instalações feitas em contêineres onde estavam jovens com idades entre 14 a 16 anos teria causado o incêndio. Ao todo, 10 dos 26 jogadores que estavam no local faleceram. As famílias de três deles entraram em acordo com o Flamengo para receber um valor inferior à pensão de R$ 10 mil, fixada por liminar da Justiça, em dezembro do ano passado. Dos 16 sobreviventes, seis foram dispensados no começo deste ano.  

"Eu estou esperando a quase um ano por um laudo. Ninguém assume a responsabilidade. Sabe o que eu acho que o Flamengo está fazendo? Marília, Wedson Sarah e os demais pais, ô, gente, Ministério Público, ou quem está fazendo a investigação: 'os pais são os culpados'. Fomos nós que colocamos nossos filhos no contêiner para eles morrerem asfixiados. Somos nós, pais, os culpados", exclamou Wedson.

RECADO

O pai do jovem Pablo aproveitou a oportunidade para deixar um recado ao presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, ao vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, e para o vice-presidente de futebol do Urubu, Marcos Braz.

"Aqui, oh, seu Rodolfo Landim, seu Rodrigo Dunshee, seu Marcos Braz, vocês têm filhos? Têm, não têm? Vocês põem a cabeça para dormir em um belo travesseiro. Tem 11 meses, sábado completa um ano, que eu não durmo se eu não tomar meu remédio. Vocês sabem o preço de uma vida? O dia em que vocês descobrirem o valor da vida de um filho seu, vocês me falam quanto que vale o meu filho, que dinheiro nenhum paga meu filho. Se vocês quiserem me devolver ele, coisa que não vai acontecer. Ele está do lado de Deus, vocês não vão conseguir. O que vocês estão querendo é nos enrolar e dinheiro nenhum paga a vida do meu filho", lamentou. 

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