NÁUTICO

Em nota, Odilávio responde acusações de ter forjado salários atrasados no Náutico

O jogador, que estava emprestado ao Figueirense, acionou o clube na justiça alegando atraso no salário e no recolhimento do FGTS

Pedro Alves
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Pedro Alves
Publicado em 09/01/2020 às 17:09
Léo Lemos/Náutico
O jogador, que estava emprestado ao Figueirense, acionou o clube na justiça alegando atraso no salário e no recolhimento do FGTS - FOTO: Léo Lemos/Náutico
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O atacante Odilávio, por meio de uma nota oficial, respondeu às acusações em que o jogador teria forjado atrasos salariais, forçando sua saída do Náutico. Segundo o atleta, que estava emprestado ao Figueirense desde a reta final do Campeonato Brasileiro da Série B 2019, houve a possibilidade de permanecer na equipe catarinense, algo que foi visto com bons olhos por ele e seu representante.

Ainda segundo a nota emitida, foi feito uma proposta que contemplaria a todos os envolvidos na negociação de seus direitos econômicos. No entanto, o atleta alega que o Náutico só liberaria o jogador para permanecer no Figueirense caso houvesse uma extensão de contrato, sem um reajuste no salário, e um perdão das dívidas desde 2015. Odilávio teria respondido a diretoria que seria inviável e tentou algumas contra propostas abrindo mão de 50% da dívidas e de parte de seus direitos para o Timbu, mas que não foi aceito pelo clube que permaneceu com a primeira proposta feita ao jogador. 

Na nota, o atacante revela que após as tentativas de acordo, seu contato do whatsapp foi bloqueado e que a questão seria resolvida judicialmente. Devido a isso, a solução encontrada por Odilávio e seu representante foi acionar a justiça, juntando as provas de atrasos nos pagamentos por parte do clube e pelo áudio do executivo de futebol do Náutico Ítalo Rodrigues, que, segundo a nota, confirmou uma dívida de R$ 25 mil com o atleta. 

O vice-jurídico do Náutico Bruno Becker, afirmou que o clube está muito tranquilo sobre o caso e que o atleta tá acionando o clube na justiça para não cumprir o pré-contrato assinado pelo jogador. "Odilávio ajuizou uma ação trabalhista no dia 11/12 alegando que o clube não havia recolhido parcelas do FGTS dele e que ele tinha uma parte do salário para receber. Juntou ao processo e a petição inicial, um extrato não autorizado do FGTS. Induzido a erro que foi ao extrato não autorizado, a juíza concedeu uma liminar, liberando o atleta. Nós já recorremos dessa decisão, estamos aguardando um pronunciamento do tribunal. E neste recurso juntamos um extrato atualizado do FGTS que mostra que na data de ajuizamento da ação o clube estava adimplente com o recolhimento do FGTS e que não havia débito de FGTS para com o atleta. O clube está muito tranquilo com essa situação. Estamos certo que vamos reverter isso no tribunal até pq o atleta tem um pré-contrato com o clube que o obriga a assinar um contrato em definitivo. Na verdade o ajuizamento dessa ação forjada tem o intuito do não cumprimento do pré-contrato pelo atleta e isso a gente não pode aceitar. A gente vai fazer valer o que foi assinado e acordado entre clube e atleta", afirmou o Bruno.

 

Confira a nota de Odilávio na íntegra:

 

Nota de esclarecimento

Venho através dessa nota em respeito ao torcedor e à imprensa esclarecer o que aconteceu de
fato durante as tratativas.

Com o final da série B, surgiu a possibilidade de permanecer no Figueirense para o ano de

2020 e a partir daí iniciou-se a negociação. Foi feita uma proposta que contemplava divisões
de direitos econômicos entre o Figueirense, Náutico e a mim, logo era uma proposta justa para
ambas as partes.

Após feita a proposta ao Náutico, o Clube comunicou que só permitiria minha permanência

nas seguintes condições: estendendo o contrato mais um ano até final de 2021 sem qualquer
reajuste salarial e ainda queriam que abrisse mão de todos os atrasados desde 2015 no clube.
A proposta era inviável. Porém, apesar disso, eu e meus representantes tentamos diversas
contra propostas, onde abriríamos mão de mais porcentagem dos direitos econômicos para o
náutico e ainda abriria mão de 50% dos salários atrasados, que é um direito constitucional do
trabalhador.

Foram diversas tentativas de chegar num acordo com o Náutico, mas o clube foi intransigente

e continuou afirmando que apenas aceitaria o negócio nos moldes que foram propostos
primeiramente.

Logo em seguida bloqueou contato no whatsapp comigo e com meus representantes, dizendo

que teria que resolver judicialmente.
Assim, não restou outro caminho que não fosse ir ao Judiciário, juntando provas de atrasos
salariais (confirmados no extrato bancário e por áudio do próprio diretor do náutico Sr Italo) e
FGTS (extrato retirado dia 03/12/2019) que me permitiu exercer o direito ao trabalho.

Além disso, o contrato expirou em 31/12/2019 e, por força de liminar, o pré contrato tornouse inaplicável.

A fim de prejudicar a mim e ao meu representante Lucas Neves, o Náutico mesmo ciente de
tudo, declarou publicamente que esperava a minha reapresentação no clube e junto a isso foi
publicado que eu “forjei atraso de salários” , contradizendo a minha índole e a realidade dos
fatos, o que pode ser provado pelo áudio transcrito abaixo, onde o diretor do Nautico, Sr Ítalo,
afirma que fez as contas da rescisão e que o clube me deve aproximadamente 25 mil reais em
salários atrasados. Abaixo transcrição do áudio, que já esta registrado por escritura pública de
Ata Notarial em cartório, do Sr Italo diretor do Nautico a um dos meus representantes no dia
05/12/2019:

““ Cara então, sobre essa situação do do Odilavio, eu conversei aqui com o presidente, a gente

gerou a rescisão dele aqui e da mais ou menos uns 25 mil, tá. E ai o presidente não, não aceita
pagar metade, ele falou que a gente ta abrindo mao do jogador, certo, um jogador que tem
que teria no nosso entendimento um ano de contrato , ainda, e pagamos o salario dele durante
todo esse tempo no figueirense , entendeu, e não faz sentido a gente agora abrir mão do
jogador e ainda ter que pagar. Entao ai repasso a decisão pro lado de vocês, se ele abrir mao a
gente da seguimento, senão a gente ver onde para esta questão , ai no jurídico” .

O áudio do Sr Italo comprova de forma inquestionável, para a imprensa, torcedores e outros
clubes de que o Náutico realmente me deve salários.

Para comprovarmos que não agimos de má fe, conforme foi publicado em algumas

reportagens, segue a comparação do extrato doFGTS do dia 03/12/2019 retirado as 12:48, este
que foi utilizado como prova da nossa denuncia, com o extrato do dia 06/01/2020, todos
obtidos junto a Caixa Economica Federal.

A comparação, conforme imagem abaixo, mostra que no extrato do mesmo dia 03/12/2019,

em período posterior a nossa consulta, o Nautico, ciente que entraríamos com o processo
judicial, “correu para pagar os FGTS atrasados de 2017, mais especificamente os meses de
junho de 2017 a dezembro de 2017. Isto mostra claramente , que o clube reconheceu que me
devia e tentou corrigir um erro mais de dois anos de atraso, para que não fosse punido,
Extrato retirado pelo jogador Odilávio no dia 03/12/2019 às 12:48h, utilizado na ação
judicial, comprovando que o ultimo deposito de FGTS foi realizado no dia 26/11/2019
Extrato retirado pelo jogador Odilávio no dia 06/01/2020 às 13:03h, comprovando que no
dia 03/12/2019, em horário posterior ao extrato utilizado na ação, o Nautico “ correu” para
pagar o FGTS atrasado pois já tinha conhecimento que entraríamos com o processo.

Invariavelmente a questão do FGTS, que foi mencionado como forjado e que já provamos o

que na realidade aconteceu, o Náutico esqueceu que os salários atrasados, já comprovados
por áudio do Sr Italo, é uma das partes mais importantes para a rescisão indireta. Como o
clube não cumpriu com as suas obrigações contratuais, principalmente, o pagamento de
salários, aplica-se ao caso o teor do artigo 31, da Lei 9.615/98, a conhecida Lei Pelé, que
determina que a entidade desportiva que estiver com o pagamento do salário de atleta
profissional em atraso, por período igual ou superior a três meses, terá o contrato de trabalho
do profissional rescindido e ficará livre para se transferir para outro clube, podendo exigir as
multas devidas. Lembrando que não estamos falando de apenas 3 meses de salários atrasados
e sim de anos, pois desde de 2015 tenho salários atrasados a receber.

Sobre o pré contrato, ele foi assinado antes do meu empréstimo e com uma cláusula de 150mil

reais em caso de não cumprimento.
Esse pré contrato juntamente com o contrato que estava vigente até a data de 31/12/2019

encontra-se em litígio judicial, mas oficialmente em caráter liminar o pré contrato não tem

validade, o que me isenta de pagar a multa por não cumprimento e em caráter oficial,
comprovado pelo sistema da CBF, sou um jogador livre para assinar com qualquer clube.

Todas as atitudes dos dirigentes do clube parecem ter o intuito de me prejudicar no transcurso

da carreira, o que já está ocorrendo com a iminente desistência do Figueirense na minha
contratação.

Eu e meus representantes deixamos aqui o respeito que sempre tivemos pelo clube e pelo

torcedor alvirrubro e deixamos claro que estamos abertos a chegar em um acordo em que
todas as partes saiam satisfeitas.

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