Síria

Duros combates e tiros de artilharia em Aleppo após fim da trégua

Aleppo se encontra dividida entre as áreas dominadas pelo governo do presidente Bashar al-Assad e aquelas controladas pelos rebeldes

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Publicado em 22/10/2016 às 15:50
FOTO: KARAM AL-MASRI / AFP
Aleppo se encontra dividida entre as áreas dominadas pelo governo do presidente Bashar al-Assad e aquelas controladas pelos rebeldes - FOTO: FOTO: KARAM AL-MASRI / AFP
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Violentos combates entre as forças do governo sírio e os rebeldes eclodiram neste sábado (22) na cidade de Aleppo, no norte do país, pouco depois do fim de uma trégua decretada pela Rússia - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Tiros de artilharia e duros confrontos foram registrados em vários bairros ao longo da linha de frente da cidade. Desde 2012, Aleppo se encontra dividida entre as áreas dominadas pelo governo do presidente Bashar al-Assad, a oeste, e aquelas controladas pelos rebeldes, a leste, acrescentou o OSDH.

Trégua termina sem retirada de feridos

A trégua humanitária decretada pela Rússia na cidade síria de Aleppo expirou neste sábado (22), apesar de apenas alguns poucos civis e rebeldes terem conseguido abandonar os bairros insurgentes da zona leste da localidade, cercados pelas forças do governo.

A ONU considerou que as condições de segurança eram insuficientes para retirar os feridos.

A "pausa humanitária", em vigor desde quinta-feira, terminou às 19H00 (14H00 de Brasília) deste sábado, sem que as autoridades russas ou o regime de Damasco tenham se pronunciado sobre a questão.

Os oito corredores abertos para permitir a passagem de civis e milicianos a partir da área rebelde, onde vivem quase 250.000 pessoas, permaneciam desertos.

O governo de Bashar al-Assad e a Rússia, acusados de cometer "crimes de guerra" em Aleppo, suspenderam na terça-feira uma ofensiva iniciada em 22 de setembro para conquistar os bairros rebeldes.

Os intensos bombardeios na zona leste de Aleppo deixaram pelo menos 500 mortos e 2.000 feridos, segundo a ONU, que também indicou a destruição de infraestruturas civis, em particular hospitais.

Na manhã de sábado, o corredor de Bustan al-Qasr estava deserto, assim como na sexta-feira e quinta-feira. 

"Até agora ninguém saiu pelos corredores", confirmou à AFP o diretor da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

"Integrantes dos comitês populares civis da zona governamental entraram nos bairros rebeldes para tentar retirar feridos, mas não conseguiram", completou.

As autoridades russas e a imprensa estatal síria acusaram os rebeldes de impedir que as pessoas abandonem a região.

Os rebeldes recorreram a "ameaças, chantagem e força bruta" para bloquear os corredores, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

A ONU, que pretendia retirar feridos na sexta-feira, adiou a operação por não constatar garantias sobre as condições de segurança.

Ao mesmo tempo, no entanto, pediu à Rússia que prolongasse a trégua até a noite de segunda-feira.

De acordo com a ONU, 200 pessoas feridas ou doentes devem ser retiradas de forma urgente dos bairros rebeldes.

Apenas oito rebeldes feridos e sete civis passaram pelos corredores humanitários, informou na sexta-feira o general Serguei Rudskoi, do Estado-Maior russo.

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