Um médico francês que atendeu Michael Schumacher durante quase seis meses, depois de o heptacampeão mundial de Fórmula 1 ter sofrido grave acidente enquanto esquiava no final do ano passado revelou que o ex-piloto está evoluindo em seu longo processo de recuperação. Jean-François Payen falou sobre o assunto em entrevista à rádio RTL, na qual disse prever um período de um a três anos de recuperação para que se possa atingir resultados satisfatórios após o alemão ter sofrido lesões cerebrais.
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Schumacher ficou em coma induzido por um longo período e passou por dois hospitais, primeiro em Grenoble, após se acidentar nos Alpes franceses, e depois em Lausanne, na Suíça, de onde saiu no mês passado para seguir o seu tratamento em casa, que também fica em solo suíço. Foi então um novo passo da recuperação do ex-piloto, que vem sendo visitado regularmente pelos médicos.
Médico do hospital de Grenoble onde o piloto ficou internado, Payen evitou exibir euforia com a evolução de Schumacher, mas foi otimista ao projetar a recuperação a longo prazo. "A vida depois de uma lesão cerebral se estrutura em fases, que podem ir de sequelas leves para algumas que são mais pesadas, isso é tudo. Você tem que seguir em frente, mas também dar tempo ao tempo", ressaltou.
Payen estabeleceu este tempo de recuperação previsto com base no tratamento de outras pessoas que já viveram problemas parecidos com o de Schumacher. "Eu vi algum progresso, mas o que eu posso dizer é que leva tempo. É como acontece com outros pacientes, é uma escala de tempo que vai de um a três anos. Então, temos que ser pacientes", destacou.
O médico francês também se negou a dar maiores detalhes sobre a recuperação de Schumacher, lembrando que precisa respeitar o desejo da família de dar total privacidade ao ex-piloto durante este processo, sendo que foram raras as informações sobre o estado de saúde do alemão desde o seu grave acidente.
Maior campeão da história da Fórmula 1, Schumacher se acidentou em 29 de dezembro do ano passado, quando esquiava ao lado do seu filho de 14 anos nos Alpes franceses, na estação de Meribel. Ele sofreu uma forte queda e o capacete que usava chegou a rachar por causa do forte impacto que teve com uma rocha no momento da queda. Com o alemão em estado grave, os médicos optaram por colocá-lo em coma induzido, para que seu cérebro pudesse repousar e também para que a inflamação e inchaço no local fossem reduzidas.
O heptacampeão mundial de Fórmula 1, que se aposentou após o fim da temporada de 2012 da categoria máxima do automobilismo, também foi operado para eliminação de coágulos de sangue, mas alguns deles estavam muito profundos. Por isso, ainda é uma incógnita a sua situação neurológica do ex-piloto, que ostenta um recorde de 91 vitórias na F1.