Depois de esmagar a concorrência no ano passado, a Mercedes-AMG tem tudo para continuar voando baixo nesta temporada, que começa neste fim de semana, em Melbourne, na Austrália, diante de rivais que investiram pesado para tentar reduzir a distância.
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Em 2014, a escuderia alemã conseguiu nada menos de 18 das 19 pole positions, 16 vitórias, 11 dobradinhas e 30 pódios.
O atual campeão Lewis Hamilton e o alemão Nico Rosberg travaram um duelo antológico até a última corrida, e prometem lutar palmo a palmo pelo título.
Para começar com pé direito a luta pelo tri, o britânico tentará vencer na Austrália pela primeira vez desde 2008, no ano do seu primeiro título, quando ainda era piloto da McLaren. Na temporada passada, deixou escapar a vitória por causa de um problema de motor.
Já Rosberg tentará vencer a prova pela segunda prova seguida, e digerir a perda do título na reta final do campeonato.
"Lewis e eu, somos um pouco como Federer e Nadal", disse o alemão em entrevista à revista dominical do jornal francês L´Équipe.
A comparação é bastante ousada, mas a rivalidade é ferrenha, apesar dos dois serem companheiros de equipe.
Hamilton e Rosberg se conhecem desde a adolescência, quando participavam de competições de kart e faziam concursos de quem comia mais pizza.
A amizade sofreu um pouco com a tensão pela competição em alto nível, e o clima esquentou durante o GP da Bélgica, com uma batida entre Hamilton e Rosberg que levou a Mercedes a organizar reuniões de crise.
Vettel, a nova aposta da Ferrari
Mesmo assim, o chefão da escuderia, Toto Wolff não pretente frear a concorrência interna. "Não vamos mudar nossa filosofia de deixar nossos pilotos correrem, mesmo se isso nem sempre é fácil. Para nós, para a marca Mercedes, para a F1, era importante deixar que os dois duelassem um contra o outro", afirmou o diretor em entrevista à AFP.
Hamilton, no entanto, admitiu que acharia "mais emocionante lutar pelo título com vários pilotos", e não apenas o companheiro de equipe.
Entre os principais candidatos para acabar com a hegemonia da Mercedes, a Ferrari optou justamente por contratar um piloto alemão, ninguém menos que o tetracampeão Sebastian Vettel.
"Queromos ser a segunda potência e alcançar a Mercedes", avisou Vettel, que promete fazer uma parceria de sucesso com o finlandês Kimi Raikkonnen, o último a ter conquistado o título com a escuderia italiana, em 2007.
Outra dupla interessante de campeões mundiais será formada na McLaren, que apostou na experiência do espanhol Fernando Alonso (2005-2006) e pelo britânico Jenson Button (2009) para acertar o carro com o retorno do motor Honda.
A escuderia inglesa, porém, não deve ter um início de campanha nada tranquilo. Os motores japoneses usada com sucesso pela McLaren no fim década de 80, no auge da rivalidade entre Prost e Senna, não mostraram bons resultados nos testes de pré-temporada.
Para piorar, Alonso sofreu um acidente no penúltimo dia de treinos, em Montmeló, perto de Barcelona, e não poderá estrear na Austrália. Ele será substituído pelo dinamarquês Kevin Magnussen.
Dois 'Felipes' do Brasil
Sem Vettel, a Red Bull aposta no talento do australiano Daniel Ricciardo, que ofuscou o alemão no ano passado e conseguiu três vitórias, as únicas que escaparam à Mercedes.
Com os progressos do motor Renault, a vice-campeã do Mundial de construtores pode continuar a ser a pedra no sapato da escuderia alemã.
Depois da boa temporada, que terminou na sétima posição, subindo duas vezes ao pódio, o brasileiro Felipe Massa quer confirmar a volta por cima na Williams, depois de oito temporadas conturbadas na Ferrari.
O paulistano terá a companhia no paddock do compatriota e 'xará' Felipe Nasr, de 22 anos, que fará sua grande estreia com a Sauber.