Doping

Relatório sobre Rússia é 'chocante' e 'sem precedente', diz presidente do COI

Thomas Bach informou que Comitê Executivo da entidade deverá se reunir para discutir suas primeiras decisões sobre o caso

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 18/07/2016 às 18:25
Foto: AFP
Presidente do COI, Thomas Bach, disse que desde o início "o cancelamento dos Jogos nunca foi uma prioridade", mas o assunto foi muito debatido até chegar ao adiamento - FOTO: Foto: AFP
Leitura:

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, considerou "chocante" e "sem precedente" as revelações apontadas pelo relatório da Agência Mundial Antidoping, que pede a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O dirigente avisou que "não hesitará" ao decidir por punições duras aos acusados.

Nesta segunda-feira, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) revelou os resultados de investigação independente que realizou nos últimos meses. E afirma que está comprovado que o governo russo de Vladimir Putin fraudou os testes de laboratório antes e durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, para beneficiar seus atletas.

O relatório, elaborado pelo advogado canadense Richard McLaren, gerou rápida repercussão mundial e um grupo de 10 países, incluindo Alemanha, Espanha, Japão, Suíça, Estados Unidos e Canadá, pediu que o COI considerasse excluir a Rússia de todas as competições da Olimpíada deste ano. O desejo ganhou mais força depois que a Wada se juntou ao grupo e sugeriu que o comitê confirme a exclusão.

Poucas horas depois, o presidente do COI se manifestou oficialmente. "Os resultados apontados pelo relatório mostram um ataque chocante e sem precedente à integridade do esporte e aos Jogos Olímpicos", disse Bach, em nota oficial. "O COI não hesitará em tomar as punições mais duras disponíveis contra qualquer indivíduo ou organização envolvida na investigação."

Na mesma nota, Bach afirma que o COI vai estudar com cuidado todas as revelações do relatório, principalmente aquelas que atingem o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, maior ligação entre o governo de Putin e as autoridades esportivas do país.

O presidente do COI informou que o Comitê Executivo da entidade vai se reunir através de teleconferência, nesta terça-feira, para discutir suas primeiras decisões sobre o caso. "Poderá resultar em medidas temporárias ou punições que alcancem a Olimpíada do Rio", afirmou Bach.

ATLETISMO - A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) também se manifestou sobre o caso, que, na sua avaliação, só confirma a punição aplicada anteriormente ao atletismo da Rússia.

"O doping sistemático e institucionalizado no atletismo russo é a razão pela qual a IAAF suspendeu, e depois decidiu por manter a punição, à Federação Russa de Atletismo. Como consequência, seus atletas foram suspensos das competições internacionais", disse o presidente da entidade, Sebastian Coe.

Antes da divulgação do relatório da Wada, a IAAF já havia suspendido todo o atletismo da Rússia da Olimpíada. A punição foi anunciada em novembro e dependia de mudanças no programa antidoping russo para ser anulada. Em junho, a IAAF avaliou que a reforma exigida não foi concretizada e decidiu por manter a sanção, que exclui os esportistas do atletismo do Rio-2016. Agora todas as modalidades do esporte russo correm o risco de serem excluídas da Olimpíada.

Últimas notícias