Apesar de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, terem minimizado, em entrevista na última terça-feira (26), todos os problemas existentes na Vila Olímpica, o Palácio do Planalto está "muito preocupado" com todas as queixas de infraestrutura que estão sendo detectados no local de hospedagem dos atletas nos Jogos do Rio, com a segurança na área, assim como os prejuízos que estão trazendo para a imagem do País.
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Há também preocupação com o fornecimento de energia. Além das inúmeras queixas que chegam ao Planalto, o próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes, "pediu socorro" às autoridades palacianas, telefonando para alguns gabinetes do Planalto, em Brasília.
Eduardo Paes se disse "muito preocupado" tanto com estes problemas que estão ocorrendo nos apartamentos, como de roubos ocorridos no local, e chegou a falar até da necessidade de recursos para ajudar a Prefeitura do Rio a enfrentar os percalços de ultima hora. No dia 30 de junho, o presidente em exercício Michel Temer assinou Medida Provisória liberando R$ 2,9 bilhões para socorrer o estado do Rio.
O presidente Michel Temer está sendo informado dos problemas e das dificuldades de solucioná-los. O pedido de socorro deixou preocupados os ministros e assessores do Planalto, que estão pressionando o Comitê Olímpico Brasileiro a cumprirem com suas obrigações. Mas o discurso oficial é de "cooperação total" e "solidariedade".
Outro dado que deixou assessores do presidente "perplexos" e "chocados" foi a informação divulgada pelos Correios, nesta terça-feira, de que os serviços de os serviços entrega de encomendas Sedex 10, Sedex 12 e Sedex, nem malotes, ficarão suspensos entre 28 de julho e 18 de setembro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com um interlocutor do presidente, essa decisão da estatal, que está enfrentando graves problemas de caixa, é "no mínimo estranha". Avalia ainda que este é mais um fator de danos à imagem do País.
"Tudo isso está respingando no governo federal", comentou outro assessor do Planalto, ao reconhecer como justas várias das queixas dos atletas das delegações. O governo está preocupado com o que chegou a chamar de "desorganização" de muitos quesitos e com os problemas de segurança na Vila Olímpica.
Com a necessidade de contratação "de última hora" de 600 bombeiros, eletricistas, encanadores e outros trabalhadores para consertar defeitos detectados não há um controle, como deveria, desses funcionários no local, abrindo brechas para todo tipo de problema, inclusive de segurança. Da mesma forma, o governo federal já foi informado que a empresa contratada para operar os detectores de metais e aparelhos de raio X ainda não conseguiu selecionar os funcionários suficientes para executar os trabalhos na Vila Olímpica.
Outra preocupação do Planalto é com a divulgação de informações sobre questões de segurança. O Palácio quer reavaliar a estratégia de informação de eventos porque considerou que a fórmula adotada pelo Ministério da Justiça para tratar da Operação Hashtag acabou gerando danos, com um efeito exatamente ao contrário do desejado, pelo nível de preocupação que levou para a população, ao invés de tranquilizá-la.