Na gama de atividades que um atleta realiza para estar no alto rendimento, a preparação emocional, por vezes, é deixada de lado por seleções, clubes ou confederações. A negligência, porém, pode comprometer o trabalho de meses e até anos. Apesar de serem vistos como pessoas acima da média nos quesitos força e determinação, os desportistas também sofrem com medos, ansiedade e síndrome do pânico.
“Estamos falando de seres humanos. Os transtornos de ansiedade vêm aumentando muito na sociedade. No esporte, não seria diferente. Se não há estratégias mentais para lidar com a pressão, o atleta fica vulnerável. Acaba sendo refém do que pensa. Recebe apoio dos pontos de vista técnico, tático, físico, mas não tem treinamento mental adequado. Atendo atletas que fazem esse trabalho por conta própria”, alertou a psicóloga esportiva, coach e palestrante, Suzy Fleury.
Diagnosticada com síndrome do pânico, a nadadora Joanna Maranhão é exemplo de atleta que investe nesse acompanhamento por conta própria. “O treinamento mental foi algo que encaixei quando voltei a nadar (em 2015). Mas é por conta própria. Sou atendida por Isabela Amblard, que é a minha psicóloga desde 2014”, contou.
TRATAMENTO
Em casos como o de Joanna, o tratamento inclui também o uso de medicação. “Os remédios têm ação no sistema nervoso central, trazendo equilíbrio aos neurotransmissores, o que diminui a ansiedade. Há um alívio dos sintomas da síndrome do pânico. Terapia e medicação ajudam a lidar de forma racional com os ataques”, completou a também psicóloga esportiva, Débora Maisa, da Gracie Barra-BV.