Os sentimentos de tristeza e profundo pesar se abateram sobre a comunidade do kickboxing pernambucano. O lutador do Estado Rafael Beiton da Silva, de 31 anos, acabou morrendo na noite da última segunda-feira (11), depois de lutar o Ichiban de Kickboxing. O evento é um dos mais respeitados do País e aconteceu no último final de semana, em Mogi das Cruzes (SP). Após realizar a quarta luta na competição, Rafael passou mal e foi levado para o Hospital Luzia de Pinho Melo. No local, veio o diagnóstico de traumatismo craniano. Em razão da gravidade da lesão, o atleta foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu.
A organização do Ichiban de Kickboxing ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Já a Confederação Brasileira de Kickboxing, que levou Rafael ao evento, prometeu divulgar uma nota oficial em seu site se posicionando sobre a morte do atleta. Para alguns amigos do lutador ouvidos pela reportagem do Jornal do Commercio, a perda teria sido uma infeliz fatalidade. Segundo eles, assim que Rafael passou mal, foi prontamente atendido pela equipe médica da competição e conduzido ao hospital.
A reportagem tentou contato ainda com o chefe da delegação pernambucana no evento, Renan Gomes, mas ele não conseguiu relatar o que houve com o atleta, por estar resolvendo os trâmites para o translado do corpo ao Recife. A expectativa é que o lutador chegue à cidade natal na noite desta terça-feira (12).
VERSÃO DA FAMÍLIA
Rafael Beiton da Silva deixa esposa e três filhos. A notícia da morte do parente pegou todos de surpresa e trouxe muitos questionamentos sobre a conduta da organização na competição. Enquanto a esposa de Rafael está em São Paulo tomando parte do ocorrido, a prima dela Michelle de Assunção se encarrega de ser a porta-voz da família.
"Não acreditamos que tenha sido negligência no socorro médico. Acreditamos que houve negligência por parte do campeonato. Rafael fez duas lutas no sábado (9) e duas no domingo (10). Antes da quarta luta, soubemos que ele estava com o nariz quebrado e com dificuldade na fala. Um amigo o alertou que ele não tinha condições de seguir adiante, mas ele falou que ia lutar. Depois da luta, ele foi encontrado desacordado no vestiário por um amigo e socorrido. Também contaram à minha prima que ele lutou sem proteção na cabeça. A competição não pode deixar um atleta lutar por livre e espontânea vontade, e sem proteção. Ele se entregava mesmo ao esporte e sempre queria vencer", contou.
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