PALESTRA

No Recife, velejador Lars Grael fala sobre o poder transformador do esporte

''O esporte transforma, independente da realidade'', disse o velejador ao ser apresentado a projetos sociais recifenses

JC Online
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Publicado em 25/09/2019 às 22:06
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
''O esporte transforma, independente da realidade'', disse o velejador ao ser apresentado a projetos sociais recifenses - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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O velejador Lars Grael participou, nesta quarta-feira (25), de uma palestra e um bate-papo, no Bairro do Recife com integrantes de projetos sociais ligados ao esporte. No evento, parte da programação do Festival VOX de inovação social, o medalhista olímpico abordou a capacidade que a prática esportiva tem de transformar vidas.

Diante da plateia, no auditório do Cais do Sertão, Lars, que perdeu uma das pernas ao ser atropelado por uma lancha, em 1998, no auge da sua carreira, iniciou a palestra dizendo que deve a vida ao esporte e contando sua própria história de superação.

"Na auge daquela luta pela vida, numa madrugada, entrou uma enfermeira pra trocar um curativo. Ela usava uma prótese, contou que teve câncer no fêmur, voltou a andar, formou-se em enfermagem, profissão que sonhou. Em paralelo à vida profissional, praticava esportes, incluindo o paraquedismo. Essa mulher representou o que eu mais precisava, um norte para minha bussola para entender que a vida continuava. Surgiram barreiras, mas minha capacidade de ser feliz não foi cerceada", relatou.

Inclusão social

Poucos meses antes do acidente, o velejador tinha criado o Projeto Grael, que tem como objetivo democratizar o acesso de jovens à prática do esporte da vela, contribuindo para a transformação social em Niterói, Rio de Janeiro. Desde a fundação, a Organização Não Governamental (ONG), atendeu mais de 16 mil jovens e crianças da rede pública de ensino.

"Todo projeto social que mexe com esporte você tem que trabalhar oportunidades, cidadania, valores. O esporte agindo como componente fundamental do processo educacional", disse o velejador.

"O esporte transforma, independente da realidade", acrescentou.

O bate-papo no Cais do Sertão incluiu iniciativas como o Projeto Aurora, que oferece treinamento de basquete gratuito em Santo Amaro, área central do Recife, e o Projeto Pazear, ONG olindense que através de atividades educacionais, esportivas e culturais promove a consciência cidadã de crianças e adolescentes.

"Na Quarta Etapa de Rio Doce, passei a minha adolescência perdendo meus amigos de infância para criminalidade e queria que todos pudessem entender que existiam outros caminhos, outras realidades. Quando começamos o trabalho, a gente percebeu que o esporte era uma ferramenta maravilhosa. É como Lars falou, não importa a modalidade. A gente descobriu que podia utilizar o futebol como ferramenta de educação, inclusão social e cidadania. Isso tem surtido um efeito enorme de transformação na comunidade", explicou Karina Paz, da Pazear.

 

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