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Gato Amendoim vira xodó da regata Recife - Fernando de Noronha

Felino de oito meses faz parte da tripulação do Planckton, que chegou ao arquipélago nesta segunda

Karoline Albuquerque
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Karoline Albuquerque
Publicado em 14/10/2019 às 19:15
TSUEY LAN BIZZOCCHI/CABANGA
Felino de oito meses faz parte da tripulação do Planckton, que chegou ao arquipélago nesta segunda - FOTO: TSUEY LAN BIZZOCCHI/CABANGA
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O menor felino do mundo não só vive em terra, como também se adapta bem ao mar. Não, o peixe-gato não é um gato doméstico que decidiu nadar. Mas, se a casa da família é um barco, o pet também vai morar lá. Por isso, o gatinho amarelo Amendoim, de 8 meses, é um dos tripulantes do Planckton e, na manhã de ontem, completou sua primeira Regata Recife Fernando de Noronha em um tempo total de 44h52min.

Dos sete tripulantes humanos da embarcação, três são a família de Amendoim: Cecília Quaresma, em sua terceira Refeno, Fábio Gandelman, pela quarta vez na regata, e Igor Quaresma Gandelman, duas vezes na competição. O gato foi acolhido no dia 7 de abril, com cerca de 50 dias de vida. Igor, 12 anos, mora no barco desde que nasceu, e desde os seis anos de idade pedia aos pais para ter um bichinho. Cecília e Fábio resistiram o quanto puderam, mas o desejo do garoto conquistou também a mãe.

“O capitão autorizou e escolhemos o gato, porque a gente acredita que o gato tem mais condições de se adaptar à vida no barco. Ele fica feliz no espaço dele, não tem necessidade de descer, desembarcar. Pensamos, olhamos na internet que raças, como adotar”, explicou Cecília.

Ancorados em Parati, no Rio de Janeiro, um amigo já dono de gato avisou que quatro filhotinhos haviam sido abandonados na praia. Igor desembarcou imediatamente e foi ver os bichinhos. Eram dois amarelos e dois cinzas. Inicialmente, a família do Planckton cuidou dos quatro gatinhos, até que os outros também fossem adotados. Amendoim foi o escolhido, pois Igor já havia determinado que queria um gato amarelo. Por nunca ter criado felinos antes, Cecília conversou com outros tutores e foi informada que as fêmeas teriam menos problemas de saúde. Ao olhar Amendoim na praia, uma senhora disse se tratar de uma fêmea. O primeiro batismo deu ao pet o nome de Paçoca. Mas, a família foi surpreendida.

Na veterinária, a correção: era um machinho. O nome da bolinha de pelos de apenas 600 gramas foi então trocado. A família fez várias perguntas e recebeu apenas um alerta de cuidado mais importante. Gatos não podem ingerir sal, pois isso pode acarretar problemas nos rins. Assim, se Amendoim se molhar com a água do mar, uma ducha de água doce o espera, pois é um animal que se lambe muito.

VIDA EM ALTO MAR

O capitão Fábio Gandelman mora no barco desde 2004. Cecília Quaresma chegou a bordo dois anos depois. Já o filho do casal, Igor, só teve um endereço na vida: o veleiro Planckton. Cecília, que é professora, define a moradia como dura, mas prazerosa. É preciso economizar água, a energia é gerada pela placa solar. Mas, a vantagem é muito grande: ao finalizar a Refeno, a família chega ao paraíso que é Fernando de Noronha. As viagens e outros países também fazem a rotina em alto mar valer a pena.
Entre as obrigações, está a educação de Igor. Formada em pedagogia, Cecília dá aulas ao filho. Fábio dá aulas de inglês, marcenaria e trabalhos manuais”, contou a tripulante.

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