Comportamento inadequado, agressões e problemas extracampo. O jovem atacante do Sport Juninho encara o quarto ano como profissional do Leão com um histórico negativo no clube. Não à toa, a promessa de se transformar em artilheiro cedeu lugar às sucessivas polêmicas dentro e fora dos gramados. A última ocorreu no Clássico das Multidões, domingo passado. Ele foi acusado de agredir o repórter Victor Pereira, da Rádio CBN, logo após a derrota do Sport por 1x0 ante do Santa Cruz, no Arruda. Juninho ainda foi expulso da partida, mas por reclamar do árbitro Luiz Sobral a não marcação de um pênalti.
Ontem, após reunião entre o repórter e a direção do Sport, o clube soltou uma nota abominando qualquer ato de violência. O texto também afirmou que Juninho ficou de doar 20 cestas básicas a uma instituição indicada pelo jornalista. A informação da Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (não citada no texto), era que o jogador também publicaria um vídeo se retratando. Isso porque, na madrugada de ontem, Juninho tinha soltado um vídeo nas redes sociais negando a agressão.
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O jogador já vem de um 2018 muito ruim, com transferências frustradas para Ceará e Corinthians. O então treinador Nelsinho Baptista afastou Juninho do elenco por conta de indisciplina. Porém, o episódio mais grave aconteceu em outubro de 2017, quando Juninho foi acusado de agressão, ameaça e injúria por uma ex-namorada.
Apesar desse histórico de confusões, a atual diretoria do Leão está oferecendo uma nova chance para Juninho. No entanto, o jovem vem desperdiçando a oportunidade de melhorar a imagem, agindo geralmente por impulso.
De acordo com Tiago Queiroz, doutor em neuropsiquiatria e ciência do comportamento, existe um diagnóstico para pessoas que apresentam quadro de impulsividade muito forte: o transtorno do controle do impulso. “Um dos tipos mais frequentes é o transtorno explosivo intermitente, que é caracterizado pelo rompante de agressão física e verbal. Em ambientes esportivos, onde há muitas provocações, há espaço também para atitudes agressivas para essas pessoas com padrão de comportamento. Muita gente age dessa forma, mas acha que faz parte da personalidade, o que é um erro”, argumentou o profissional.
Nesses casos, a pessoa precisa de um acompanhamento psicológico. Em casos mais greves, é necessário uma avaliação psiquiátrica para aprender técnicas de autocontrole e também o uso de medicação.
Prata da casa do Leão, Juninho foi lançado no profissional em março de 2016 pelo treinador Paulo Roberto Falcão. Na época, o atacante tinha apenas 16 anos, mas já era destaque entre os colegas. Ganhou espaço e notoriedade no time principal do Sport. No entanto, hoje, acabou virando um grande problema na Ilha do Retiro.