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Diversidade cultural é marca do Carnaval do interior de Pernambuco

Maracatus, papangus, caiporas, caretas, bois e muito frevo tomam conta da Zona da Mata, Agreste e Sertão

Do JC Online
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Publicado em 14/02/2015 às 18:22
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Maracatus, papangus, caiporas, caretas, bois e muito frevo tomam conta da Zona da Mata, Agreste e Sertão - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Você pensa que só Recife e Olinda fazem folia? Que o interior fica fora do Carnaval? É melhor mudar de opinião. Em Pernambuco, a brincadeira toma conta de quase todas as cidades, mesmo em tempo de contenção de água e de baixo orçamento. A tradição popular fala mais alto.

Moradores e visitantes da Mata, Agreste e do Sertão têm personagens e sonoridade diversas para apreciar. É a rica manifestação que brota dos canaviais, dos povoados ribeirinhos, dos sítios ou mesmo das áreas urbanas do semi-árido.

No catálogo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural de Pernambuco (Fundarpe), lançado há três anos, ao menos 14 cidades são citadas por suas manifestações culturais, que persistem ao modismo da música eletrônica e dos foliões fardados. Descreve como os de maior fama, os papangus de Bezerros, os maracatus rurais de Nazaré da Mata, os caiporas de Pesqueira e os caretas de Triunfo. Mas lá estão também os bois de Timbaúba, as Pretinhas do Congo de Goiana, os clubes de frevo de Paudalho e os blocos que saem das usinas e do cemitério de Catende. Ainda as alegorias em forma de bicho de Vitória de Santo Antão e os bonecos do Mestre Jaime de Salgueiro. Infelizmente, o folião desbravador só tem hoje e mais dois dias para se dividir entre tantas opções.

Para quem optar por Bezerros, pode acompanhar a Turma do Gilmar, um bloco de papangus que existe há 30 anos. Gilmar Silvestre, o carnavalesco que mantém a tradição, sai com sua trupe acompanhado por orquestra de frevo pelas ruas da cidade.

Em Pesqueira, quase na entrada do Sertão, terra das caiporas, há um Carnaval diversificado como na capital. “O Lira da Tarde, fundado há mais de 70 anos, sai todos os três dias, sempre às 16h15, da Baixa de Santo Antônio à Praça Dom José Lopes”, diz Rosângela Amaral, filha do fundador do bloco. A cidade tem Cambindas Velhas, um maracatu já desaparecido do resto do Estado, com homens vestidos de baianas, comandado por José Rosano. Na Zona da Mata, Nazaré recebe mais de 70 maracatus rurais amanhã, saindo do Parque dos Lanceiros até a Praça da Catedral.

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