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Galo da Madrugada tem frevo de arrasar quarteirão

Às 9h, em ponto, o desfile promete começar a rasgar as ruas do Centro

Da editoria de Cidades
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Da editoria de Cidades
Publicado em 14/02/2015 às 8:38
Foto: Heudes Regis/JC Imagem
Às 9h, em ponto, o desfile promete começar a rasgar as ruas do Centro - FOTO: Foto: Heudes Regis/JC Imagem
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Eu vou galear, tu vais galear, vamos todos galear. Calma. Nem adianta procurar na gramática. Galear é verbo que se conjuga, inconscientemente, sem regra nem corretor. No Sol inclemente do Sábado de Zé Pereira. Só quem galeia ou já galeou um dia sabe. É nas ruas, becos e avenidas (ou qualquer pedaço de chão que der para pisar) que tudo passa a fazer sentido. Esqueça o dicionário. Se agarre com a fantasia suada, se jogue no rasgo do frevo tocado, sobreviva à Rua Imperial. Aí, sim, você vai ver. E nunca mais vai querer ficar de fora. Tem quem lembre com saudade do tempo em que esse verbo era conjugado no chão. Só com as orquestras dos mestres maestros, no ritmo da frevioca, o som quase colado no passo. Mas faz tempo que o Galo da Madrugada ficou gigante. Superlativo em tudo. E não tem pernambucano, saudoso que seja, que não se encha de orgulho em ver no que ele se transformou. Quase quarentão, hoje é dia do Galo galear.

E não tem essa conversa de modéstia, simplicidade, discrição. O negócio é arrasa-quarteirão mesmo. Numa conta rápida: 25 trios elétricos, quatro carros alegóricos, duas freviocas, dois minitrios, 30 passistas, 20 bonecos articulados, 15 estandartes de agremiações e, anote aí, 46 artistas, entre a turma daqui e de outras paragens. Gentil que só ele, o galináceo faz questão de baixar a crista para quem é de respeito. E este ano escolheu o cantor e compositor caruaruense Carlos Fernando para uma justa homenagem. Mas não ficou só nele não. Foi buscar nas artes e na política três outros nomes para reverenciar. Da literatura e da dramaturgia, veio Ariano Suassuna. Da música e da poesia, Luiz Gonzaga. E do universo da política, o ex-governador Eduardo Campos.

Entre os músicos convidados para participar do desfile, um ganhou um mimo pra lá de especial. Quando o Galo surgiu, triunfante, na Ponte Duarte Coelho o recado estava dado. De fraque preto e com um saxofone pendurado, qualquer semelhança não era mera coincidência. Um dos homenageados do Carnaval do Recife, o Maestro Spok brilha também na alegoria gigante. Hoje o músico agradece o carinho prometendo uma apresentação memorável ao lado da paraibana já quase pernambucana Elba Ramalho. Tem também Fafá de Belém, Maestro Forró, Quinteto Violado, Almir Rouche. É frevo, é samba, é axé, tudo junto e misturado.

Tá esperando o quê, então, para correr e se juntar à legião de súditos apaixonados pela sua majestade, o Galo? O pessoal já está lá pelo Forte das Cinco Pontas desde as 5h, para um café da manhã reforçado. Reza a lenda que, às 9h, em ponto, o desfile começa a rasgar as ruas do Centro. Aí o que vem depois todo mundo já sabe. E quem não sabe hoje vai descobrir. Para nunca mais esquecer.

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