Os professores da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta quinta-feira, 18, aceitar o acordo proposto pela reitoria para encerrar a greve, que já dura 115 dias. As aulas devem voltar na próxima segunda-feira, 22, após uma das paralisações mais longas da história da USP.
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A reunião dos grevistas foi feita no anfiteatro do prédio da Geografia, no câmpus Butantã, zona oeste da capital. O cronograma de reposição das classes será decidido por cada escola. Em algumas unidades, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a maioria das atividades foi suspensa. Já na Escola Politécnica, por exemplo, o calendário seguiu a previsão normal.
Nesta semana, o pagamento de um abono de 28,6% a docentes e funcionários e a reposição das horas paradas pelos servidores ainda travavam o acordo. Após pressão dos grevistas, o Conselho Universitário, órgão máximo da USP, aprovou nesta terça-feira, 16, a concessão do benefício, sugerido pela Justiça do Trabalho para repor as perdas inflacionárias desde maio, quando começou a paralisação.
Nesta quarta-feira, 17, os funcionários e a reitoria chegaram a um acordo sobre a reposição de horas paradas, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Os funcionários deverão repor o trabalho não realizado até o fim do ano letivo, em 12 de dezembro, com limite de uma hora além do expediente.
As categorias também conseguiram reajuste de 5,2% em duas parcelas, uma em setembro e outra em dezembro. O congelamento de salários foi proposto pelos reitores das universidades estaduais para conter a crise financeira das instituições. As três gastam praticamente todas as receitas com a folha de pagamento.