Crise Hídrica

Sem aumento há oito meses, nível do Cantareira baixa para 7,1%

O sistema é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto

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Publicado em 16/12/2014 às 10:23
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O sistema é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto - FOTO: Foto: Fernanda Carvalho / Fotos Públicas
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Sem ampliar naturalmente o seu nível de água há exatos oito meses, o nível do sistema Cantareira baixou para 7,1% de sua capacidade nesta terça-feira (16) - queda de 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.

O sistema é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

A última vez na qual a régua do manancial não registrou queda foi em 16 de abril. Desde então, a ampliação ocorreu apenas de forma artificial, por causa do bombeamento das águas do volume morto para as suas represas.

Com o regime irregular de chuvas, que agora precisariam ser constantes (em vez de fortes e curtas, como tem ocorrido), o chamado efeito esponja se sobressai. O solo exposto está bastante seco. Dessa forma, a chuva demora para infiltrar e, na sequência, acumular-se. "O deficit de umidade no solo está elevado", diz Augusto Pereira, professor da USP.

A crise hídrica também afeta outro importante reservatório que abastece a região metropolitana de São Paulo: o Alto Tietê. De acordo com a Sabesp, o nível do sistema baixou também 0,1 ponto percentual e opera com 10,6% de sua capacidade.

No último domingo (14), a Sabesp recebeu autorização para incorporar a água de um volume morto que dará sobrevida ao Alto Tietê --que abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. O manancial operava no domingo com 4,1% de sua capacidade (sem a adição do volume morto, incluída no mesmo dia) contra 7,3% do Cantareira. Sem chuva forte nos próximos dias, o reservatório poderia entrar em colapso em janeiro, antes mesmo do Cantareira.

O Alto Tietê ganhou volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de SP). Agora, especialistas estimam que pode haver um fôlego extra de cerca de dois meses --suficiente para atravessar a temporada de verão.

A Sabesp, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), afirma que a duração da água do Alto Tietê vai depender muito do volume de chuvas nos próximos meses.

DEMAIS RESERVATÓRIOS

Mesmo sem chuva, o nível dos demais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo subiu ou se manteve estável nesta terça.

De acordo com a Sabesp, o nível dos sistemas Alto de Cotia, Rio Grande e Rio Claro se manteve estável em relação ao dia anterior. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 30,6% de sua capacidade.

O sistema Rio Grande, que atende a 1,2 milhão de pessoas, opera com 65,1% de sua capacidade e o reservatório Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 28% de sua capacidade nesta terça.

O único manancial que subiu em relação ao dia anterior foi o Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de pessoas. O sistema subiu 0,2 ponto percentual e opera com 36% de sua capacidade.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, a presença da massa de ar seco garante mais um dia ensolarado e sem previsão de chuva para a região metropolitana de São Paulo nesta terça. A temperatura máxima deve chegar a 27°C.

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