O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, precisou defender nesta terça-feira as negociações nucleares com as grandes potências ante um grupo de deputados críticos, que as consideram concessões aos ocidentais.
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Em uma tumultuada sessão do Parlamento, Zarif respondeu às perguntas do deputado ultraconservador Javad Karimi Ghodusi, que falou em nome de 40 signatários de uma petição que exige explicações sobre as negociações.
Após mais de uma hora de debate, 125 dos 229 deputados presentes se declararam convencidos pelas respostas de Zarif e 86 deles afirmaram que não eram satisfatórias.
Entre as críticas figuram as inúmeras sessões de negociações bilaterais com os Estados Unidos, em detrimento - segundo Ghodusi - dos outros membros do grupo 5+1 (China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
A equipe dirigida por Zarif "passou a maior parte de seu tempo negociando com os Estados Unidos", inimigo histórico do Irã, disse o deputado, criticando o acordo de Genebra que "não respeita os direitos nucleares do Irã e ameaça o longo prazo" de seu programa nuclear.
O acordo, assinado em novembro de 2013, congela parte das atividades nucleares do Irã - suspeitas de ter objetivos militares - em troca de um levantamento parcial das sanções ocidentais contra a economia iraniana.
As duas partes devem chegar a um acordo definitivo até julho de 2015.