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Unicef considera "inaceitável" número de assassinatos de adolescentes no Brasil

País só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos

Agência Brasil
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Publicado em 28/01/2015 às 16:30
Tânia Rêgo/Agência Brasil
País só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos - FOTO: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) considerou "inaceitável" o Índice de Homicídios de Adolescentes no Brasil que atingiu em 2012 o maior patamar de sua série histórica. O Unicef participou da pesquisa divulgada, nesta quarta-feira (28), pelo governo federal, junto com o Observatório de Favelas e o Labotarório de Análise da Violência, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj). O Brasil só fica atrás da Nigéria em números absolutos de adolescentes mortos.

"De alguma forma é uma expressão das desigualdades no Brasil e o Unicef reconhece que a situação das desigualdades está melhorando, mas essa é uma crise absoluta e inaceitável", disse Gary Stahl, representante do fundo no país. Ele acrescentou que "é inaceitável que um país com tantos avanços na área de direitos humanos não esteja conseguindo evitar as mortes desses meninos”. Para Gary Stahl, o Brasil está diante de um problema complexo e urgente que “exige uma mobilização nacional".

O representante do Unicef disse que o grande número de homicídios não solucionados agrava o problema. Para ele, este fato dificulta a avaliação sobre as políticas públicas adotadas pelo país.  "Fica muito difícil saber se as políticas públicas estão no rumo certo".

Além de ser o segundo país em números absolutos, o Brasil tem a sexta maior taxa de homicídios entre adolescentes: "entre os 192 países do mundo, o Brasil é o segundo ou o sexto. Nem um nem outro é um lugar onde deve estar", disse o representante do Unicef.

Gary Stahl afirmou que a violência vitimiza mais alguns grupos do que outros. Para ele, trata-se de uma “violação brutal e sistemática” dos direitos de crianças e adolescentes, especialmente negros que vivem nas periferias das cidades.

O secretário nacional da Juventude, Gabriel Medina, ressaltou que os dados mostram que o caminho é o oposto do armamento da população e da redução da maioridade penal. Medina acrescentou que  parte da sociedade encara os adolescentes como autores da violência, quando muitas vezes são as vítimas.

Segundo a pesquisa, o Índice de Homicídios de Adolescentes do Brasil atingiu o maior patamar da série histórica em 2012, com a projeção de que, de cada mil adolescentes que tinham 12 anos em 2012, 3,32 vão morrer assassinados antes de completar 19 anos. Com esse IHA, o país perderia 42 mil adolescentes entre 2013 e 2019 vítimas de assassinato.

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