O diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massato, disse nesta quarta-feira (25) que ainda não é possível saber se será necessário implementar um racionamento drástico de água na grande São Paulo. “Nós só poderemos dar as previsões mais seguras no final do período de chuvas”, ressaltou pouco antes de prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo, que investiga problemas com abastecimento de água no estado.
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Atualmente, os consumidores atendidos pelo Sistema Cantareira, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas na região metropolitana, já enfrentam racionamento, com redução da pressão e interrupção do abastecimento em parte do dia. Com o agravamento da crise hídrica o governo passou cogitar o racionamento escalonado, com alternância de dias com e sem abastecimento.
Segundo Massato, as chuvas acima da média dos últimos dias têm melhorado a situação dos reservatórios. No entanto, enquanto forem utilizadas as reservas técnicas, ou volume morto, a situação é considerada de crise. “Claro que é uma posição muito incômoda ainda trabalhar na reserva técnica”, enfatizou.
Ainda de acordo com o diretor, a Sabesp está preparada para uma estiagem ainda pior do que a enfrentada no último ano. “Trabalhamos com um cenário muito pessimista que é de 80% das chuvas de 2013 e 2014”, acrescentou.
O nível do Sistema Cantareira atingiu hoje 10,8% de sua capacidade, no vigésimo dia consecutivo de alta. Segundo a Sabesp, desde o último dia 20 não chovia sobre o Cantareira onde, de ontem (24) pra hoje, caiu mais 11,3 milímetros (mm), elevando o total captado em fevereiro para 277,8 mm – bem acima da média histórica de fevereiro (199,1 mm).
A água que entrou nos seis reservatórios do sistema somada à quantidade que deixou de ser retirada por conta da economia no consumo e restrições de vazão permitiram a reposição da segunda cota do volume morto (equivalente a 105 bilhões de litros) que começou a ser usada em 15 de novembro último. A primeira cota do volume morto (água mais ao fundo das represas, abaixo das comportas e que precisa ser bombeada) também começa a se recuperar.