A Justiça de São Paulo determinou que a herança da família Von Richthofen seja entregue a Andreas Albert von Richthofen, irmão de Suzane. A decisão ocorreu no dia 12, mas só foi divulgada nesta quinta-feira (19).
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O juiz considerou a sentença final, que excluiu Suzane da partilha dos bens por considerá-la "indigna". Ela foi condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais em 2002. A herança é calculada em mais de R$ 3 milhões.
Procurada pela reportagem, a advogada de Andreas não quis se manifestar.
Em entrevista recente ao apresentador Gugu, da Record, Suzane afirmou que o crime foi planejado por meses e que arquitetou o assassinato dos pais junto com o ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian.
Suzane afirmou ainda terem sido ela e Daniel os principais mentores dos assassinatos.
Em entrevistas anteriores, Suzane havia apontado os irmãos Cravinhos como idealizadores da morte dos seus pais, embora o Ministério Público sempre tenha defendido que ela era a mentora do crime.
Suzane admitiu ainda que tenta esquecer o crime e voltar ao passado pois se diz arrependida. "Isso é uma coisa que não tem como esquecer. Faz parte da minha vida, da minha história. Eu me arrependo. Queria pular os 14 anos, não ter conhecido ele [Daniel], não ter namorado. Como eu queria".
A presidiária disse ainda que não vê o irmão Andreas desde 2006, quando aconteceu o julgamento. Segundo ela, ele chegou a visitá-la quando estava presa na capital, mas que o irmão não apareceu mais. "Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio de Tremembé, onde está há sete anos], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre".
De acordo com ela, Andreas não queria se afastar da irmã após a confissão do crime: "Na época, ele me disse: 'Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder minha irmã. Eu te perdoo e vou ficar com você'", disse ela ao apresentador. Ela acredita que um dos motivos do afastamento pode ter sido a herança, da qual abriu mão em 2014.
Na entrevista, ela afirmou não ter consciência do valor do dinheiro do qual abriu mão: "Este dinheiro nunca foi meu. Era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão", disse.
Por alegar falta de segurança, Suzane pediu à Justiça para revogar o benefício para cumprir a pena no regime semiaberto, que também foi concedido para os irmãos Cravinhos.
Segundo a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, Suzane não quer ir agora para o semiaberto pois teria que ser transferida da penitenciária 1 de Tremembé, onde está.
Na decisão, a juíza diz que a ida ao semiaberto é um benefício, e não pode ser imposta.