Paraná

Após protestos, secretário de Educação de Richa deixa cargo

Secretário saiu porque se avaliou que ele não promoveu a necessária interlocução com os professores

Da Folhapress
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Publicado em 06/05/2015 às 14:37
Foto: Everson Bressan SMCS
Secretário saiu porque se avaliou que ele não promoveu a necessária interlocução com os professores - FOTO: Foto: Everson Bressan SMCS
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Após a operação policial que deixou quase 200 feridos durante uma manifestação de servidores no Paraná, o governador Beto Richa (PSDB) demitiu, nesta quarta-feira (6), o secretário da Educação, Fernando Xavier Ferreira.

Oficialmente, Xavier pediu demissão. A reportagem apurou, porém, que sua saída foi acertada a pedido do governador.

Vindo da iniciativa privada, o secretário saiu porque se avaliou que ele não promoveu a necessária interlocução com os professores -que lideraram a manifestação da última quarta-feira (29).

Na ocasião, deputados votavam uma mudança na previdência dos servidores públicos. Professores entraram em greve e fizeram um protesto com milhares de manifestantes e servidores em frente à Assembleia.

Uma operação policial procurava impedir a invasão da Casa. Após a tentativa de furar o bloqueio policial, bombas de gás e balas de borracha foram lançadas contra os manifestantes durante quase duas horas. Cerca de 160 pessoas, a maioria professores, ficaram feridas.

A pressão pela demissão de Xavier veio principalmente da base aliada de Richa. Para os deputados, que aprovaram a medida naquela noite, faltou diálogo e sensibilidade ao secretário, que não tinha experiência na área de educação.

Xavier assumiu o cargo no início de 2015 e atuou por muitos anos na área de telefonia. Foi presidente da Telefônica e da Telebrás, e professor no curso de Engenharia Elétrica da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Os professores já haviam feito um outro grande protesto contra Richa em fevereiro, também por causa de projetos que iriam alterar direitos e benefícios dos servidores, incluindo a previdência. Na época, eles ficaram um mês parados. As medidas iriam mexer no plano de carreira do magistério, incluindo a extinção de licenças para estudo e formação.

Quem assume a função é a atual superintendente da secretaria, a professora da rede pública Ana Seres Trento Comin.

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