A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (10) aos líderes da União Europeia, em Bruxelas (Bélgica), que "rechaça" qualquer tipo de sanção à Venezuela.
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A declaração foi um recado oficial ao bloco europeu sobre sua posição em relação ao decreto dos EUA que considera a Venezuela "ameaça incomum e extraordinária", impondo sanções ao país sul-americano.
"Nós, países latino-americanos e caribenhos, não admitimos medidas unilaterais, golpistas e políticas de isolamento. Sabemos que tais medidas são contraproducentes, ineficazes e injustas. Por isso, rechaçamos a adoção de quaisquer tipo de sanções contra a Venezuela", afirmou Dilma, em discurso na cúpula entre a UE e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que reúne representantes de 61 países -ao menos 40 chefes de Estado estão presentes no encontro, segundo a organização.
Líderes da Celac querem incluir no comunicado final da reunião em Bruxelas uma espécie de manifestação a favor da Venezuela -a proposta, no entanto, tem resistência de líderes da UE.
O encontro na Bélgica é marcado pela ausência de líderes sul-americanos, como o próprio presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o cubano Raúl Castro, que enviou seu vice, Miguel Díaz-Canel.
Apesar da ausência de Raúl, a aproximação de EUA e Cuba deve ser celebrada no comunicado final em Bruxelas, mas sem avançar nas relações com a UE, que debate seus passos em relação à ilha.
No seu discurso, Dilma também comentou a questão de Cuba. "O fim do anacrônico embargo, que há mais de cinco décadas vitima o povo cubano, é imprescindível para completar essa mudança", disse a presidente.
Especificidades devem ficar fora do texto final da cúpula -esperam-se apenas menções genéricas sobre o fortalecimento das relações políticas e econômicas entre as duas regiões.
Um dos temas abordados pode ser o progresso das negociações para instalar um cabo submarino de fibra ótica ligando Europa e América do Sul, entre Lisboa (Portugal) e Fortaleza (Brasil).