Depois de serem notificados a deixar o prédio da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em até 24 horas, sob pena de multa de R$ 30 mil para cada ocupante, os secundaristas montaram uma força-tarefa para pressionar os deputados a assinar a instalação de CPI para investigar os desvios de recursos da merenda. Eles têm 25 das 32 assinaturas necessárias para a abertura da CPI.
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"Estamos chamando os deputados para virem até a nossa ocupação e conversar com a gente. Queremos que nos respondam por que não querem a investigação e muitos estão aceitando esse diálogo. Essas 24 horas serão muito importantes", disse Flávia Oliveira, presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE).
Segundo ela, os estudantes estão apostando nas bancadas em que alguns deputados já manifestaram apoio ao movimento, como PV, PHS e PSB. Na manhã de quinta-feira, 5, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Sergio Serrano Nunes Filho, acatou o pedido da presidência da Alesp para a desocupação do prédio. Os alunos foram notificados da decisão às 16h45 de ontem e, por isso, têm até o fim da tarde de hoje para deixar o local.
Caso não saiam voluntariamente, os manifestantes estão sujeitos a multa. No entanto, a reintegração de posse só poderá ser expedida depois de uma audiência de conciliação. "Não vamos desistir da luta, ficamos aqui até o último minuto lutando pela instauração da CPI. Os ladrões da merenda têm de ser punidos", disse Henrique Domingues, presidente do Diretório Central dos Estudantes das Fatecs.
Os alunos invadiram o plenário da Assembleia na noite de terça. No primeiro dia da invasão, o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), chegou a impedir a entrada de alimentos para os manifestantes, na tentativa de cansá-los. No entanto, ontem, os estudantes já estavam recebendo alimentos, visitas de deputados da oposição do governo estadual e até mesmo de entidades, como a da presidente da Apeoesp, principal sindicato dos professores, Maria Izabel Noronha.
Resistência
Quando foram notificados da desocupação, os alunos gritaram frases de resistência. Eles criaram uma "vaquinha online", ironizando o valor da multa que terão de pagar caso não saiam do prédio.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.