TERRORISMO

Polícia Federal prende célula 'amadora' que planejava ataques nos Jogos do Rio

O Brasil aumentou as medidas de segurança após o recente ataque com um caminhão na cidade francesa de Nice

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Publicado em 21/07/2016 às 13:39
Foto: CHRISTOPHE SIMON / AFP
O Brasil aumentou as medidas de segurança após o recente ataque com um caminhão na cidade francesa de Nice - FOTO: Foto: CHRISTOPHE SIMON / AFP
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A Polícia Federal prendeu uma célula considerada amadora e desorganizada composta por 10 cidadãos brasileiros que planejavam ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, informou nesta quinta-feira (21) o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

"Foram presos 10 indivíduos por realizar atos preparatórios para a realização de atentados terroristas" durante os Jogos Olímpicos de agosto, declarou o ministro em uma coletiva de imprensa.

"Os 10 se comunicavam por Telegram ou WhatsApp (...) Alguns fizeram um juramento pela internet" à organização Estado Islâmico, "mas não houve nenhum contato pessoal" com o EI, explicou.

Os 10 detidos, de nacionalidade brasileira, eram investigados desde abril. Duas duplas se conheciam pessoalmente, e todos "participavam de um grupo chamado Defensores da Sharia (lei islâmica) e planejavam adquirir armamento para cometer crimes no Brasil e até no exterior", sustentou um comunicado.

Ao menos um dos 10 suspeitos de terrorismo tentou comprar um fuzil AK-47 em um site que vende armas pela internet no Paraguai, o que constitui "um ato preparatório para cometer um crime", disse o ministro. Também contou que tinham a ideia de treinar artes marciais e o uso de armas.

- Probabilidade mínima -

Apesar das prisões, o ministro disse que o risco de um ataque terrorista no Brasil durante as Olimpíadas não aumentou. "O risco continua sendo o mesmo. Há uma probabilidade mínima de que haja um ato terrorista nas Olimpíadas no Rio", disse.

"Informações obtidas, dentre outras, a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos, revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, bem como o uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos", disse em um comunicado a justiça de Curitiba, que decretou as ordens de prisão.

"A intervenção da polícia se tornou necessária quando abandonaram aquela ideia de que o Brasil era um país neutro sem vinculação ao EI. Isso mudou pelas Olimpíadas porque o Brasil ia receber muitos estrangeiros", explicou o ministro da Justiça.

Outras duas pessoas foram conduzidas de maneira coercitiva a depor ante a polícia, mas não foram detidas, disse o ministério da Justiça em um comunicado. Também foi apreendido muito material em diversas operações de busca.

A operação policial, chamada de "Operação Hashtag", foi realizada por 130 agentes em 10 estados, incluindo Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Os 10 suspeitos de integrar uma organização criminal de alcance internacional, como uma célula do Estado Islâmico no país, foram detidos de maneira temporária por 30 dias, informou a justiça federal de Curitiba.

As prisões podem ser prorrogadas por mais 30 dias.

Os nomes dos detidos não serão divulgados no momento.

"Nós não vamos esperar um milímetro de ato preparatório, mesmo de uma célula desorganizada com essa" para realizar prisões, disse Moraes.

O Brasil aumentou as medidas de segurança após o recente ataque com um caminhão na cidade francesa de Nice que deixou 84 mortos e dezenas de feridos. O grupo EI reivindicou o atentado.

As autoridades brasileiras planejam mobilizar a partir de 24 de julho um total de 85.000 militares e policiais para proteger os mais de 10.000 atletas e meio milhão de turistas que irão aos Jogos Olímpicos, o dobro em comparação com os Jogos de Londres-2012.

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