Saúde

Ministro promete manter Mais Médicos, inclusive com cubanos

Defensores do programa temem outras ameaças ao sucesso da estratégia

JC Online
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Publicado em 03/08/2016 às 8:31
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
Defensores do programa temem outras ameaças ao sucesso da estratégia - FOTO: Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
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O ministro da Saúde do governo interino, Ricardo Barros, garantiu nesta terça (02/08) em entrevista por telefone à Rádio Jornal, que haverá  reposição de mais de dois mil profissionais no Programa Mais Médicos, entre eles imediatamente 550 cubanos, que estão sendo capacitados em Brasília. Outros 650 chegarão de Cuba no final do mês. Em Pernambuco, a reposição será de 95 profissionais, 23 cubanos e 27 formados no exterior.

“Estamos fazendo a renovação do contrato com a OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde)”, informou, explicando que os cubanos devem permanecer três anos e o convênio ser renovado por igual período. “Há uma rotatividade, mas estamos repondo profissionais”, argumentou. Ao todo são 19 mil intercambistas no Brasil, atuando em 4.058 municípios, sendo 11 mil deles de Cuba, informa.

Defensores da estratégia, no entanto, não estão tão seguros quanto à manutenção do programa. Ex-dirigente do Ministério no governo Dilma Rousseff, o médico Heider Aureliano Pinto vem alertando para várias ameaças, como a ideia inicial do governo provisório de mudar o programa, reduzindo o número de estrangeiros e propostas, no Congresso, defendida por parlamentares ligados a grupos corporativistas da medicina, que querem barrar a abertura de novas escolas médicas, e outros que só  defendem o ensino privado sem regulação estatal.

O diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, pernambucano Rodrigo Bandeira de Lima, diz estar preocupado com  ameaça de corte de recursos destinados à supervisão do programa, que tem sido ventilada.  

Na entrevista a Geraldo Freire, Barros também defendeu  planos privados de saúde de linha popular. A ideia seria diminuir exigências para os de cobertura hospitalar. O ministro de Temer também queixou-se do aparelhamento do ministério promovido pelo PT. “Sem dúvida existe muita ideologia,  uma visão que não é da gestão e da eficiência no serviço público. Mas estamos implantando nosso ritmo,  extinguimos mais de 300 cargos que não farão falta alguma”, disse. E foi contestado:  “A fala  mostra desconhecimento do SUS e do Ministério da Saúde, assim como  falta com a verdade. Há uma regra do governo Lula de que 70% dos cargos têm que ser preenchidos por servidores. Eu era funcionário público cedido ao Ministério da Saúde. Pra ele (Barros), é ideológico defender a saúde como direito”, comentou Pinto.

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