A jornalista Patrícia Lelis, 22, será investigada por calúnia após ter feitos denúncias contra o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) por assédio sexual e acusar o chefe do gabinete parlamentar, Talma Bauer, de tentar acobertar o caso. A jovem já tinha negado a acusação contra Feliciano em um vídeo, que foi supostamente gravado sob coerção.
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Outro vídeo, que está sob análise da Polícia Civil de São Paulo, local de registro do Boletim de Ocorrência, mostra o momento em que Bauer e Lelis conversam sobre o pagamento de R$ 50 mil a jovem.
De acordo com o site HuffPost Brasil, a interpretação da polícia partiu da estudante pedir o dinheiro. "Tem interesse dos dois, mas na gravação ela pede dinheiro", afirmou o delegado Luís Roberto Hellmeister, do 3º DP (Campos Elíseos).
No diálogo, Bauer diz ter entregue R$ 50 mil a Artur Mangabeira, que seria namorado de uma amiga que Lélis conheceu pela internet. Mangabeira teria dito ser agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O intermediário, contudo, teria pago apenas R$ 10 mil à estudante. "Bauer, eu vou enfiar a cara dele no chão. [...] Me promete que você vai fazer alguma coisa com ele", diz Lélis.
O chefe de gabinete então responde "eu não vou matar ele, mas eu dou um nó nele, alguma coisa eu faço".
Bauer chegou a ser detido na última sexta-feira, mas foi liberado no dia seguinte. Ele segue sendo investigado. Além de assédio sexual, Lélis acusa Feliciano de agressão e diz que o presidente do PSC, Pastor Everaldo, ofereceu dinheiro para que ela não fizesse denúncias contra o deputado.
Emerson Biazon, assessor do PRB, teria gravado o vídeo de forma escondida durante a conversa. Em depoimento, ele garantiu à polícia que Lélis recebeu R$ 20 mil de Bauer.
Defesa
De acordo com o site, O advogado de Patrícia Lélis, José Carlos Carvalho, afirmou que a jovem não recebeu valores de Bauer e que os vídeos em que nega os crimes de Feliciano foram gravados sob ameaça e em cárcere privado.
Marco Feliciano utilizou as redes sociais para se defender. Em vídeo, postado no seu Facebook, o parlamentar nega as acusações contra ele.