Sem equipamentos médicos necessários, uma equipe do pronto-socorro de Santa Bárbara d'Oeste, em São Paulo, salvou a vida de uma bebê de um mês e 20 dias transformando uma caixa de papelão em um leito improvisado, que simula um equipamento de inalação. O improviso foi feito pelos enfermeiros e médicos da unidade de saúde após uma enfermeira constatar que a bebê tinha dificuldades de respirar. O caso ganhou repercussão quando a foto da criança dentro da caixa foi divulgada nas redes sociais.
Alice Emanuela foi levada ao Pronto-Socorro Afonso Ramos, pela mãe Ariany Duarte da Fonseca, de 26 anos, na quarta-feira (27). Ela conta que a enfermeira viu que os sinais vitais dela estavam baixos e iniciou rapidamente o atendimento inusitado.
Segundo a Secretaria de Saúde, por não ter Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para crianças no município, a manobra da equipe de médicos e enfermeiros foi o que salvou a vida da menina.
"Como não tinha a tenda, precisava colocar o dreno. O dreno tinha, mas só de adulto. Eles tentaram cortar e colocar, só que ela estava muito agitada e batia, e ficava saindo. Aí improvisaram tipo uma tenda, que é a caixinha, colocaram a mangueira do oxigênio dentro pra ela ficar ali um pouco, pra ela ficar mais calma e ser transportada.”, conta Ariany.
A bebê ficou cerca de meia hora na caixa até conseguir a vaga na UTI pediátrica do Hospital de Estadual de Sumaré, na cidade vizinha, onde permanece internada.
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Atendimento precário
A prima de Ariany postou a foto da bebê no Facebook, agradecendo a equipe de enfermagem por ter salvado a vida da criança. A família ressalta que os enfermeiros fizeram o que era possível com a falta de estrutura na unidade. Apesar disso, enfrentaram problemas no atendimento com a bebê antes deste episódio acontecer.
Alice foi diagnosticada com rinite alérgica quando tinha apenas 14 dias de vida. Depois de uma piora, um médico decidiu fazem um raio-x e detectou que ela estava com bronquiolite.
A mãe conta que, por causa do problema de saúde, ao arrotar depois de mamar, Alice acabou aspirando de volta possivelmente o catarro. Ariany relata que a situação causou um quadro de pneumonia no pulmão direito da bebê, fazendo que ela tivesse dificuldades para respirar.
Ela culpa a demora para fazer o raio-X e descobrir o problema para ter o atendimento correto. “Quando ela veio a primeira vez no hospital, a médica disse pra mim que era preciso cinco dias de gripe pra tirar o raio-X. Com cinco dias de gripe ela forçava muito pra respirar. Esperaram ela ficar bem ruim pra poder ter esse atendimento.”, lamenta Ariany.
A unidade de saúde informou que ela está sendo medicada e é preciso aguardar uns dias para a pequena paciente respirar melhor.