A suspeita de matar, por envenenamento, mãe e duas filhas, em Maragojipe, na Bahia, apresentou-se nesta quinta-feira (20) à delegacia da cidade. As três morreram em três segundas-feiras seguidas, no dia 30 de julho, 6 e 13 de agosto deste ano.
Primeiro morreu Greisse, 5 anos, depois Ruteh, 2, e, por último, Adriane, 23. Até então, nenhuma pista concreta sobre o caso havia sido encontrada.
A mulher, chamada Elisângela, chegou à delegacia por volta das 13h, segundo afirmou um parente das vítimas, que prefere não ser identificado.
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O laudo cadavérico preliminar, divulgado no dia 17 de agosto, não encontrou substâncias toxicológicas nos corpos da marisqueira Adriane Ribeiro Santos e de sua caçula, Ruteh Santos da Conceição.
O delegado responsável pelo caso, então, solicitou a exumação do corpo de Greisse Santos da Conceição, que foi a primeira a morrer e acabou enterrada por "morte natural". Antes do resultado, Elisângela se entregou à polícia acompanhada de dois advogados.
A família das vítimas começou a desconfiar de Elisângela justamente no dia 17. Quando o delegado Marcos Veloso solicitou a exumação, a mulher ficou indignada.
“Ela [suspeita] não queria que fizesse isso de jeito nenhum. Ficava perguntando: para quê abrir a menina?”, lembra o familiar.
O médico que atendeu Ruteh e Adriane, Sávilo Santana, falou ao CORREIO, nesta quinta, que já desconfiava do envenenamento. “Tanto que enviamos o laudo como toxicação exógena”, explica.
Amiga de igreja
A relação de Elisângela com a família começou, ao que tudo indica, em cultos numa igreja evangélica da cidade. A suspeita, inclusive, chegou a pagar pelo último aniversário de Greisse. Adriane, aos poucos, começou a querer se afastar de Elisângela: não gostava de alguns comentários da nova amiga.
“Ela disse que não queria mais ela, não. Teve até uma conversa que Elisângela disse: se Buí [como era chamada Adriane] não abrir o olho, eu tiro ela de Jefferson”, comentou a fonte.
Estão na delegacia a mãe de Adriane, Jeferson Brandão, casado com Adriane e pais das meninas, e uma tia. Procurado para comentar o caso, o delegado Marcos Veloso não atendeu às ligações.