TRANSFOBIA

Primeira trans a mudar de nome no Brasil é agredida a marteladas

A primeira trans a mudar de nome no Brasil ficou com 15 pontos na cabeça e ferimentos no corpo

Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Estadão Conteúdo
Publicado em 01/11/2018 às 18:49
Foto: Reprodução/ Facebook
A primeira trans a mudar de nome no Brasil ficou com 15 pontos na cabeça e ferimentos no corpo - FOTO: Foto: Reprodução/ Facebook
Leitura:

Primeira mulher trans no Brasil a mudar o nome do registro civil sem ter feito cirurgia de resignação sexual, Angela Lopes denunciou à polícia que foi atacada a marteladas por um desconhecido em São Carlos, no interior de São Paulo. Para ela, que ficou com 15 pontos na cabeça e outros ferimentos pelo corpo, tudo ocorreu por transfobia e teria relação com a política.

A agressão aconteceu no último domingo (28) dia de eleição presidencial no Brasil, mas a ocorrência na polícia foi registrada somente nesta quarta-feira, 31. Angela alega que ficou escondida na casa de parentes por medo e insegurança.

Segundo o relato, ela chegava em casa quando sentiu uma pancada na cabeça e em seguida se deparou sendo atacada com um martelo por um desconhecido, que ainda desferiu xingamentos homofóbicos. Ela então conseguiu segurar a ferramenta e passou a levar socos

Fotos divulgadas por ela mostram os ferimentos. "Eu nunca havia sido violentada com esse grau de intensidade. Ver meu corpo esfacelado e violado me deixou profundamente abalada", disse.

Política

Ativista LGBT e segunda vice-presidente estadual do PDT Diversidade, ala do Partido Democrático Trabalhista, ela mora em frente a uma zona eleitoral e, pela internet, atribuiu o ataque também à mudança no governo nacional. "Bem-vindos ao País de Bolsonaro", declarou.

Titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Carlos, a delegada Denise Gobbe Szakal disse à reportagem na tarde desta quinta-feira, 1º, que tudo ainda está sendo apurado. "Não sei se houve aí uma conotação política em cima dessa situação."

A ocorrência policial foi registrada como lesão corporal e injúria. "Mas ainda estamos apurando e colhendo as provas para poder especificar o delito", explicou.

Últimas notícias