TRAGÉDIA

Veja o que se sabe até agora sobre o ataque em Suzano

Até o momento, há informações sobre 10 mortos e 11 feridos. Os atiradores eram ex-alunos da escola

JC Online ABr e Estadão Conteúdo
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Publicado em 13/03/2019 às 17:26
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Até o momento, há informações sobre 10 mortos e 11 feridos. Os atiradores eram ex-alunos da escola - FOTO: Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
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Um ataque a tiros cometido por dois encapuzados na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, deixou alunos e funcionários mortos e feridos, na manhã desta quarta-feira (13). Veja o que se sabe até agora sobre o massacre:

Quem são os atiradores?

Os autores do crime são Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, ex-alunos da escola. Um vídeo registrou a chegada dos dois ao local do massacre em um carro branco, que havia sido roubado momentos antes. Veja aqui.

Luiz Henrique de Castro e Guilherme eram vizinhos e ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil. O mais novo havia abandonado a escola no ano passado e, de vez em quando, fazia alguns trabalhos em lanchonetes no centro de Suzano. Mas passava a maior parte do tempo com o amigo. Segundo vizinhos, os dois às vezes ficavam o dia inteiro conversando, sentados na frente de casa. E passavam pelo menos três noites por semana em uma lan house perto de casa jogando games como Counter Strike e Mortal Combat, além do Call of Duty. Castro trabalharia de vez em quando com o pai, capinando o mato.

Um pouco antes do massacre, Guilherme postou em sua página no Facebook 30 fotos com máscara de caveira - semelhante à encontrado na escola - e arma. Nas imagens, ele faz gestos obscenos e mostra a arma. Em uma outra imagem, ele faz um sinal de arma com os dedos e aponta para a cabeça.

O que aconteceu?

No começo da manhã, Guilherme e Luiz Henrique foram à locadora de Jorge Antonio Moraes, de 51 anos. Lá, eles atiraram contra Jorge, que era tio de Guilherme, e deixaram o local em um carro Chevrolet Onix branco em direção ao colégio.

Como ex-aluno da escola estadual, Guilherme pediu para entrar no colégio, por volta das 9h40, e foi autorizado. Era o horário de intervalo das aulas, muitos estudantes lanchavam e vários estavam fora das classes.

Não se sabe em que momento Guilherme colocou a máscara para não ser reconhecido, mas a primeira pessoa atingida foi a coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, depois Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária do colégio. Os dois atiradores estavam juntos logo na entrada.

Com base nos primeiros depoimentos, a polícia acredita que os dois atiradores partiram para o ataque juntos. Quando eles se deparam no Centro de Línguas com a porta fechada e perceberam que estavam encurralados pelos policiais da força tática teriam se desesperado. A polícia foi acionada por causa do assalto à locadora de veículos e chegou à escola em oito minutos. Ao serem surpreendidos pelos policiais, os dois jovens estavam preparados para entrar em uma sala lotada de alunos. 

A Policia Militar chegou a conclusão de que um dos atiradores matou o comparsa e depois se matou. A corporação, no entanto, não detalhou de quem teria atirado contra quem. Imagens da câmera de segurança mostram que o adolescente estava com a arma de fogo a todo tempo e é mais provável que ele tenha atacado o amigo e depois se matado. Os dois foram encontrados mortos após serem cercados por policiais no interior da escola.

A estudante Quelly Mileny, 16 anos, sobreviveu escondendo-se com outros colegas na despensa do colégio. “A gente estava indo merendar no refeitório, quando ouviu os tiros. No segundo tiro, a gente saiu correndo, e o lugar mais perto era a cozinha. Da cozinha, as tias nos colocaram no armazenamento de alimentos”, contou.

Motivação 

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campo, e o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Salles, disseram que a motivação do crime ainda não é conhecida. A Polícia Civil busca compreender o crime e já sabe que houve um plano meticulosamente organizado.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, disse que policiais coletam depoimentos e provas.

A polícia investiga que os dois jovens que abriram fogo faziam parte de um grupo que joga em rede o game Call of Duty, de guerra, e neste fórum teriam planejado o crime. Os investigadores estão ouvindo os pais dos rapazes sobre essa questão, mas suspeitam que pode ter ligação com o massacre.

As armas

Os autores do ataque tinham um revólver .38, uma besta, uma machadinha e um arco e flecha. A polícia ainda não sabe como ou onde as armas foram compradas. 

As vítimas

Por volta das 17h, havia informação sobre a morte de oito vítimas.

Mortos

1. Caio Oliveira, 15 anos, estudante.
2. Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos, estudante.
3. Douglas Murilo Celestino, 16 anos, estudante
4. Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos, estudante.
5. Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos, estudante.
6. Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos, funcionária da escola.
7. Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos, coordenadora pedagógica.
8. Guilherme Taucci Monteiro - 17 anos
9. Luiz Henrique de Castro - 25 anos
10. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos, dono da locadora e tio de um dos atiradores

Feridos

Onze feridos pelos atiradores na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, continuam internados em hospitais. Sete pessoas estão em hospitais estaduais, duas estão em hospitais municipais de Suzano e outras duas em hospital particular.

1. Adna Isabella Bezerra de Paula, 16 anos
2. Anderson Carrilho de Brito, 15 anos
3. Beatriz Gonçalves Fernandes, 15 anos
4. Guilherme Ramos do Amaral, 14 anos
5. Jenifer da Silva Cavalcante
6. José Vitor Ramos Lemos
7. Leonardo Martinez Santos
8. Leonardo Vinícius Santa Rosa, 20 anos
9. Letícia de Melo Nunes
10. Murillo Gomes Louro Benites, 15 anos
11. Samuel Silva Félix

Repercussão

O presidente Jair Bolsonaro postou mensagem na rede social Twitter em que prestou condolências aos parentes das vítimas do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Na mensagem, o presidente chama a tragédia de "monstruosidade e covardia sem tamanho".

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também lamentou o ocorrido e apontou os jogos violentos de videogame como influências negativas para os jovens.

 

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